Olavista, crítica do STF: quem é a juíza que foi punida com aposentadoria
Titular da Vara Criminal e da Infância e Juventude de Unaí (MG), Ludmila Lins Grilo foi aposentada compulsoriamente pelo TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) nesta semana. Ela era popular nas redes sociais entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Quem é Ludmila Lins Grilo
A agora ex-magistrada é seguidora do escritor Olavo de Carvalho, morto em 2022, a quem chamava de professor, e também se referia ao blogueiro Alan dos Santos, foragido da Justiça brasileira, como "amigo".
Na internet, Grilo acumulava milhares de seguidores: no Twitter eram mais de 300 mil e no Instagram eram cerca de 210 mil — ambos os perfis foram retirados do ar.
Sua popularidade virtual teve início em janeiro de 2021, por criticar as políticas públicas de contenção da covid-19. Ludmila era contra as medidas sanitárias de distanciamento social para evitar a propagação do vírus.
Nas redes sociais, ela defendeu "a aglomeração de pessoas nas praias e festas do litoral brasileiro". Grilo chegou a publicar vídeo em um shopping "ensinando" a burlar o uso de máscara em estabelecimentos, quando o equipamento era de uso obrigatório
Ludmila fez críticas públicas a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em especial Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso — chamando-os de "perseguidores-gerais da República do Brasil" .
Ela também reprovou publicamente declaração da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) que condenava os "atos e discursos autoritários" do então presidente Jair Bolsonaro (PL), em 7 de setembro de 2021.
Ato autoritário é juiz abrir inquérito e figurar como vítima, investigador e julgador ao mesmo tempo. Como associada, aguardo manifestação da AMB sobre isso.
Em post no Twitter
Grilo ainda criticou o inquérito das fake news, conduzido por Moraes no STF. Na rádio Jovem Pan, a então juíza classificou a investigação como "algo absurdo e grotesco no mundo jurídico".
Por que a juíza foi punida pelo TJ-MG?
A magistrada foi aposentada por "interesse público", segundo ato administrativo publicado no Diário de Justiça do TJ-MG. O texto diz que ela deixa o cargo com "proventos proporcionais ao tempo de contribuição", sem especificar o valor da aposentadoria.
Grilo era juíza de segunda entrância no TJ-MG. De acordo com informações do portal da transparência do tribunal, magistrados nessa categoria recebem salário de R$ 33.924,94.
Em fevereiro deste ano, ela foi afastada provisoriamente por má gestão e pelos ataques a ministros do STF.
Em 2022, investigação do CNJ apontou "reiterada negligência" da magistrada no cumprimento de suas funções. Juízes e um desembargador do conselho descobriram que ela não comparecia à unidade onde trabalhava.
Em uma conversa informal que consta em relatórios de diligência, Grilo admitiu que não tinha autorização para teletrabalho. Ela justificou suas ausências dizendo que preferiu ficar em casa por questão de segurança.
O UOL não conseguiu contato com a juíza.
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