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Reinaldo: Resposta de Boulos a Marçal e instrumentos para conter baixarias

O colunista Reinaldo Azevedo disse no Olha Aqui! desta quarta (21) que o candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) acertou ao fazer valer seu direito de resposta às acusações do também candidato Pablo Marçal (PRTB). Para ele, é urgente se pensar em instrumentos para conter a baixaria nas disputas eleitorais para preservar a democracia.

O ex-coach foi condenado pela Justiça Eleitoral a publicar, em suas redes sociais, três direitos de resposta por sugerir que Boulos é usuário de cocaína.

Ele [Boulos] tinha de responder. Houvesse contra Boulos qualquer condenação por consumo de droga — e ele vai disputar cargo público, ele tem de saber que isso certamente será debatido. Assim como o condenado Pablo Marçal por um esquema que fraudava correntistas de banco — ele foi condenado, depois a pena acabou extinta por prescrição. Mas, condenado ele foi. Não há mal nenhum em se chamar isso a público, porque isso aconteceu, comprovadamente aconteceu. (...) Houvesse qualquer coisa contra o Boulos tudo bem, mas não há. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

Reinaldo ressaltou que as acusações contra Boulos foram feitas de propósito para explorar o que há de pior nas redes sociais.

Isso foi uma acusação feita pelo Pablo Marçal, da forma como vimos, com insinuações, gestos, feito pra viralizar. Ele conhece os porões das redes sociais, ele conhece o esgoto das redes sociais. As redes sociais têm luzes também, mas também tem o esgoto, tem o lodo. Ele é especialista nesse lodo, ele é especialista nesse esgoto, ele sabe como fazer. É claro que o Boulos tinha que dar uma resposta.

Fazendo isso no horário do Marçal, para o eleitorado fanático do Marçal, certamente não muda nada. A gente sabe que essas personagens quando mobilizam esses extremistas — esses extremistas, aliás, usam essas coisas pra fortalecer ainda mais a sua convicção. Mas, havendo quem acompanhe e não esteja tão certo, tem de ter a oportunidade de ouvir a resposta, tem de ter um esclarecimento pra sociedade, a resposta do Boulos já está circulando nas redes. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

Para Reinaldo, casos como esse obrigam a pensar a própria democracia.

Esse cara declarou que tem um patrimônio de R$ 190 milhões, o que já é um patrimônio fabuloso para a sua tão curta carreira. (...) Dinheiro ele tem pra pagar essas multas, o que nós precisamos pensar, a partir de pessoas como Pablo Marçal — e já tinha de ser pensado desde o Bolsonaro —, é se a democracia brasileira pode conviver com esse tipo de coisa. (...) O cenário não é muito animador.

Porque esses personagens macabros, pra lembrar a música do Caetano [Veloso], esses palhaços macabros que surgem com as redes, no império e nos seus vastos quintais, como está na letra da música, (...) mas também os palhaços macabros surgidos nos quintais, como surgiu Jair Bolsonaro aqui, como aparece esse outro, essa gente se aproveita dos vazios de legislação e da tolerância da democracia pra destruir a própria democracia. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

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Reinaldo afirmou que precisamos de instrumentos pra defender a democracia.

Não só aqui, no mundo inteiro. (...) O TSE tem poder de polícia, o Tribunal Superior Eleitoral, a Justiça Eleitoral. Precisa ver como é que isso se dá nas redes sociais. Enquanto a gente não tiver regras pra isso, essa gente vai continuar a nos assombrar. Porque passa a haver um jogo que é assimétrico. Quem disputa respeitando regras não pode ficar em desvantagem diante daquele que disputa sem regras.

Se for multa apenas, multa ele paga. Se for uma ação de impugnação que pode levar à cassação da candidatura, é preciso que isso seja ágil o bastante pra impedir a eleição, porque depois fica tudo mais difícil, mais complicado. Nós temos de pensar como é que nós vamos defender a democracia. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

O Olha Aqui! vai ao ar às segundas, quartas e quintas, às 13h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja abaixo o programa na íntegra:

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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