Lula diz que Israel faz 'matança desnecessária' no Líbano por 'vingança'
O presidente Lula (PT) voltou a criticar os ataques de Israel ao Líbano e à Faixa de Gaza, ao dizer que o país promove "matança desnecessária" porque "tem que se vingar de um ataque".
O que aconteceu
"Eu sou contra e condeno o que Israel está fazendo no Líbano agora, atacando e matando pessoas inocentes", disse Lula, em discurso no México, nesta segunda (30). O brasileiro tem sido uma das principais vozes internacionais contra o conflito e, por suas falas, já foi considerado "persona non grata" pelo governo Benjamin Netanyahu.
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Israel ampliou sua ofensiva militar contra alvos no Líbano e no Iêmen nas últimas horas. Nesta segunda, o líder do Hamas no Líbano, Fatah Sherif, foi morto em um campo de refugiados no sul do país. Ele era um dos principais contatos entre o movimento de resistência palestino e o Hezbollah.
A guerra é a prova da incapacidade civilizatória de um cidadão que acha que ele pode, na explicação de que tem que se vingar de um ataque, fazer uma matança desnecessária com pessoas que não têm como se defender.
Lula, ao condenar ataques de Israel
O presidente brasileiro também voltou a chamar os ataques à Faixa de Gaza de "genocídio". Mais de 41 pessoas já morreram na região, segundo o Ministério da Saúde da Palestina, controlado pelo grupo extremista Hamas. "A guerra é a prova da insanidade do ser humano", completou.
A fala de Lula pode ser entendida como uma resposta a Netanyahu. Em fala na ONU (Organização das Nações Unidas), o premiê justificou os ataques ao dizer que o país está "lutando por sua vida" e que quer paz, mas há "inimigos selvagens que buscam nos aniquilar".
"Continuaremos destruindo o Hezbollah até que todos os nossos objetivos sejam alcançados", disse o Netanyahu. Israel e Hezbollah têm se atacado desde o início da guerra em Gaza, mas a crise se intensificou nas últimas semanas, após as explosões de pagers e walkie-talkies que mataram 37 pessoas no Líbano.
Exército de Israel realizou operações por terra no Líbano
Unidades de comando do Exército de Israel cruzaram a fronteira e, nos últimos dias, fizeram breves incursões por terra no sul do Líbano. As informações foram publicadas nesta segunda pelo jornal The New York Times.
Forças especiais estariam preparando o terreno para uma possível invasão ao território libanês. Oficiais ouvidos pelo jornal norte-americano disseram que firmaram e que as incursões se concentraram em reunir inteligência sobre posições do Hezbollah perto da fronteira.
Invasão por terra é possibilidade. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou hoje que o país se prepara para uma nova ofensiva terrestre contra o Hezbollah. "A eliminação do [chefe do Hezbollah] Hassan Nasrallah é um passo muito importante, mas não é tudo. Usaremos todas as capacidades que temos", disse Gallant, segundo jornal The Times of Israel.
Estratégia é demonstrar força militar para mudar a posição declarada do Hezbollah. Grupo diz que continuará atacando Israel enquanto não houver um cessar-fogo em Gaza. Outro objetivo do governo israelense é retomar o controle do norte do país, de onde milhares de israelenses fugiram desde que o grupo passou a disparar mísseis contra o país, em 8 de outubro.