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Exército de Israel realizou operações por terra no Líbano, diz NY Times

Unidades de comando do Exército de Israel cruzaram a fronteira e, nos últimos dias, fizeram breves incursões por terra no sul do Líbano. As informações foram publicadas nesta segunda-feira (30) pelo jornal The New York Times.

O que aconteceu

Forças especiais estariam preparando o terreno para uma possível invasão ao território libanês. Oficiais ouvidos pelo jornal norte-americano disseram que firmaram e que as incursões se concentraram em reunir inteligência sobre posições do Hezbollah perto da fronteira.

As autoridades afirmaram que Israel ainda não decidiu sobre quando e se vão iniciar a operação terrestre no Líbano. Um dos oficiais israelenses descreveu as incursões à CNN como "ataques muito precisos, muito direcionados e muito pequenos", do tipo em que "você entra, você sai" para atingir especificamente as capacidades do Hezbollah.

Invasão por terra é possibilidade. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou hoje que o país se prepara para uma nova ofensiva terrestre contra o Hezbollah. "A eliminação do [chefe do Hezbollah] Hassan Nasrallah é um passo muito importante, mas não é tudo. Usaremos todas as capacidades que temos", disse Gallant, segundo jornal The Times of Israel.

Israel informou aos Estados Unidos que já iniciou operações por terra no Líbano, disse hoje o Departamento de Estado dos EUA. Em comunicado, OS EUA afirmaram que as incursões são pontuais e acontecem perto da fronteira com o Líbano.

Chefe do Exército israelense, Herzi Halevi, citou "possível" entrada por terra no Líbano na última quinta-feira (26). Na ocasião, ele pediu às tropas que estejam preparadas e afirmou que os bombardeios a alvos do Hezbollah têm a função de "preparar o terreno para uma possível entrada" por terra.

Estratégia é demonstrar força militar para mudar a posição declarada do Hezbollah. Grupo diz que continuará atacando Israel enquanto não houver um cessar-fogo em Gaza. Outro objetivo do governo israelense é retomar o controle do norte do país, de onde milhares de israelenses fugiram desde que o grupo passou a disparar mísseis contra o país, em 8 de outubro.

Israel ampliou ofensiva militar contra alvos no Líbano e no Iêmen nas últimas horas. Nesta segunda-feira (30), o líder do Hamas no Líbano, Fatah Sherif, foi morto em um campo de refugiados no sul do país. O bombardeio também matou um comandante da unidade de mísseis de precisão do Hezbollah, seu vice e outros dirigentes responsáveis pelo disparo de foguetes contra o centro de Israel na semana passada.

A resposta do Hezbollah

Hezbollah diz estar "preparado". Naim Qassem, um dos líderes do Hezbollah, disse hoje que o grupo libanês "está preparado para [enfrentar] uma invasão [de Israel] por terra e sair vitorioso". Transmitido pela TV Al-Manar, que pertence ao Hezbollah, o discurso de Qassem foi a primeira manifestação de um integrante da cúpula do grupo após a morte de Nasrallah

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Qassem também afirmou que a cúpula do grupo deve anunciar em breve quem será o substituto de Hassan Nasrallah. O clérigo foi assassinado por um ataque israelense em Beirute na sexta-feira (27). Segundo Qassem todos os comandantes militares e líderes políticos do grupo têm vices, prontos para assumir a qualquer momento.

Secretário-geral da ONU se opõe a 'qualquer invasão terrestre' no Líbano

As Nações Unidas se opõem a qualquer tipo de invasão terrestre no Líbano. Declaração é do secretário-geral da organização, António Guterres. Com cerca de 10 mil integrantes, a missão da ONU está no sul do Líbano desde 1978 como uma contenção frente a Israel.

Seu papel foi reforçado depois do conflito de 33 dias, que confrontou Israel com o movimento Hezbollah em 2006. O objetivo é vigiar a aplicação da resolução 1701 do Conselho de Segurança, que estabeleceu que apenas o Exército libanês e os capacetes azuis sejam deslocados no sul do Líbano. Os capacetes azuis patrulham ao longo da linha azul, separação marcada pela ONU entre Líbano e Israel

*Com AFP

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