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Lira liga para Kassab por consenso para sua sucessão com Hugo Motta

10.abr.2024 - O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), durante sessão hoje Imagem: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Do UOL, em Brasília

15/10/2024 23h25

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ligou para o presidente do PSD, Gilberto Kassab, para conversar sobre sua sucessão, segundo aliados. O deputado alagoano tenta fechar o maior número de apoios para eleger seu sucessor: Hugo Motta (Republicanos-PB) em fevereiro de 2025.

O que aconteceu

Lira intensificou articulação para candidatura de Motta. Aliados do presidente da Câmara dizem que ele está confiante com a formação de um blocão capaz de eleger Motta. O último aceno foi procurar Kassab para reforçar o discurso de necessidade de consenso.

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Lira quer mostrar que atual acordo entre PSD e União Brasil não terá efetividade. Deputados próximos ao presidente da Câmara afirmaram que Lira tenta convencer Kassab de que a junção entre Antônio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União Brasil-BA) para formar um "bloco governista" contra Motta não tem chance de prosperar.

Deputados baianos se uniram para tentar derrotar o republicano. Após Lira frustrar as expectativas de Elmar Nascimento e não anunciá-lo como seu sucessor, ele e Brito resolveram manter suas candidaturas para forçar um segundo turno de votação contra Motta. A ideia é que, ao final, eles juntem esforços para derrotar o republicano.

Lira fala em blocão que pode reunir, além de PP e Republicanos, outras siglas o PL, MDB, Podemos e a Federação PT, PCdoB e PV. Os líderes desses partidos estavam no almoço de aniversário de Motta, quando houve uma contagem inicial de votos que passou de 300, segundo os participantes da reunião. PDT e PSB também devem somar apoio ao republicano.

PSD e União Brasil podem ficar isolados na Câmara. Caso a formação do blocão se concretize, o partido de Kassab e de Antônio Rueda podem ficar sem espaço na Mesa Diretora da Câmara se não aderirem ao grupo.

Kassab saiu poderoso das urnas no primeiro turno e está forte nas negociações. O presidente do PSD tem usado o sucesso das eleições municipais nas negociações da sucessão da Câmara. Para convencer Brito a deixar a disputa, Kassab pode reivindicar mais espaço na esplanada dos ministérios em eventual reforma ministerial em 2025. O partido desbancou o MDB e elegeu 878 prefeitos no primeiro turno das eleições.

Reaproximação de Lira com Elmar. Em busca de consenso, Lira também telefonou para Elmar após quase um mês sem conversas entre os dois. A conversa, segundo aliados dos dois, teria sido rápida e sem nenhum acordo firmado.

Apoio do PT também está sendo pleiteado

Lira também tem conversado com presidente Lula. A candidatura de um sucessor em consenso também passa por uma costura com o Palácio do Planalto. Por isso, o apoio do PT, partido do presidente Lula, também está sendo disputado.

Motta ofereceu a primeira secretaria. Aliados do candidato do Republicanos afirmam que ele ofereceu o cargo ao petistas, que, hoje, ocupam a segunda secretaria. A posição tem atribuições mais administrativas na Câmara, como ratificar as despesas da Casa, encaminhar requerimentos de informação e solicitar que o Executivo envie projetos de lei, entre outros.

PSD e União Brasil ofereceram a vice-presidência da Câmara. Conforme mostrou o UOL, com apoio de Kassab, a dupla Brito-Elmar também procura atrair o PT e ofereceu a primeira vice-presidência da Casa à federação do PT. O parlamentar que ocupar este cargo também será o vice-presidente do Congresso Nacional.

Tamanho dos blocos e partidos são considerados na escolha dos cargos. De acordo com o regimento, a distribuição das posições na mesa diretora é feita por escolha da liderança partidária, da maior para a menor. Na prática, o maior bloco tem preferência nos pedidos para compor a mesa diretora, condição que também serve ao maior partido.

Líder do PT diz que sigla está discutindo estratégia. Depois de uma reunião com a bancada na terça-feira (15), Odair Cunha (MG) afirmou que o partido está debatendo qual tese irá seguir: "a permanência no "blocão" formado para reeleger Lira em 2023 (com todos os partidos, exceto Novo e PSOL) ou se a sigla irá "produzir um novo bloco" na Casa". Segundo ele, "uma disputa acirrada não é boa para os interesses do PT nem aos interesses do governo".

Nessa tese de permanência, nós temos uma candidatura que significa a convergência dessas forças políticas, que é o Hugo Motta. Então esse é um debate que está posto e vamos aprofundar. Estamos em processo de consultas.
Odair Cunha (MG), líder do PT na Câmara

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