'Desatino', diz procurador-geral da República sobre atentado em Brasília

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, classificou como "desatino" o atentado a bomba de ontem de um chaveiro catarinense na praça dos Três Poderes, em Brasília.

O que aconteceu

Gonet mencionou o caso antes de palestra do ministro do STF Alexandre de Moraes em Brasília. Em fala breve, ele mencionou o caso antes de chamar o ministro. "Agora prestando total solidariedade do Ministério Público, com relação aos desatinos que aconteceram ontem, convido os senhores a saborearem essa palestra", disse ele na manhã de hoje no 4º Encontro Nacional do Ministério Público no Tribunal do Júri.

As declarações contundentes partiram de Moraes, que associou o atentado à tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. "Um criminoso anistiado é um criminoso impune", afirmou na palestra.

Paulo Gonet no 4º Encontro Nacional do Ministério Público no Tribunal do Júri
Paulo Gonet no 4º Encontro Nacional do Ministério Público no Tribunal do Júri Imagem: Reprodução

O ministro avalia que a tentativa de atentado "não é um fato isolado". Em sua opinião, o caso faz parte de um contexto de ataque às instituições e suas autoridades.

Segundo Moraes, a pacificação do país depende da condenação dos investigados do 8/1. Ele lembrou que a Polícia Federal está concluindo os inquéritos e que "não existe possibilidade de pacificação com anistia de criminosos".

O clima de ataques à democracia foi "se avolumando sob o falso manto de uma criminosa utilização da liberdade de expressão". O ministro diz que isso "é um contexto que se iniciou lá atrás, quando o famoso gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições".

Defensor da anistia a golpistas, Bolsonaro fala em pacificação

Bolsonaro pediu nesta quinta "pacificação nacional" ao comentar o atentado. Ele disse em redes sociais que o episódio "é um acontecimento que nos deve levar à reflexão". "Já passou da hora de o Brasil voltar a cultivar um ambiente adequado para que as diferentes ideias possam se confrontar pacificamente, e que a força dos argumentos valha mais que o argumento da força", escreveu.

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Ex-presidente negocia anistia a envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro. O ex-presidente afirmou que seu partido, o PL, negocia uma aliança com o centrão para apoiar Davi Alcolumbre (União-AP) na Presidência do Senado. Em troca o partido ficaria com a vice-presidência da Casa para, na ausência de Alcolumbre, pautar a anistia aos condenados bolsonaristas envolvidos na tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. Bolsonaro deu a declaração em entrevista ao site Metrópoles.

As instituições têm um papel fundamental na construção desse diálogo e desse ambiente de união. Por isso, apelo a todas as correntes políticas e aos líderes das instituições nacionais para que, neste momento de tragédia, deem os passos necessários para avançar na pacificação nacional.
Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República

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