OPINIÃO
Josias: Janja não conseguiu influenciar Lula em decisões sobre mulheres
Colaboração para o UOL
25/11/2024 13h07
Apesar de buscar maior presença no governo, a primeira-dama e socióloga Rosângela da Silva, a Janja, não consegue cumprir seu papel de influenciar seu marido, o presidente Lula, em tomar decisões mais "contemporâneas" em relação às mulheres, analisou o colunista Josias de Souza ao UOL News desta segunda (25).
O Lula é um personagem, um senhor de idade, algumas coisas ele precisa realmente evoluir. Mas, mesmo nisso, ela não atingiu o objetivo dela.
Nós sabemos daquele episódio, por exemplo, envolvendo a ministra Anielle Franco, que foi importunada pelo então colega de ministério [Direitos Humanos e da Cidadania], Silvio Almeida. E a Janja soube antes. Nem por isso o governo tomou atitude, nem por isso o governo afastou o Silvio Almeida, só afastou o Silvio Almeida quando o caso virou escândalo no noticiário. Então, ali ela não teve força para influir em seu marido de forma adequada.
Então, mesmo esse papel que ela dizia que exerceria, não está exercendo. Acho que ela deixa a desejar naquilo que ela poderia ter relevância - influir em seu marido para tomar decisões mais contemporâneas em relação às mulheres, e ela mete os pés pelas mãos quando xinga o bilionário [Elon Musk] que vai ter um posto chave no governo do Donald Trump.
Ela tenta ser mais do que é, quando não poderia ser. E ela é menos do que deveria ser, quando poderia influenciar seu marido para tomar decisões mais adequadas.
Josias de Souza, colunista do UOL
Josias também citou casos em que mulheres que perderam postos no governo Lula.
Quando o Lula trocou mulheres, dispensou mulheres dos ministérios para entregar para o centrão, ela [Janja] que sempre defendeu mulheres, que dizia que defenderia mulheres não foi capaz de influir em seu marido a ponto de evitar que ele expurgasse uma medalhista, como Ana Moser, preparada para o cargo de ministra dos Esportes. Entregou lá para um tal de Fufuca, campeão em fisiologismo.
Quando foi para trocar a ministra Rosa Weber, aposentada, ela [Janja] não teve força para convencer seu marido a colocar uma outra mulher no Supremo. Só havia duas, hoje há uma.
Josias de Souza colunista do UOL
Josias: Na falta de defesa crível sobre golpe, Bolsonaro joga pelo tumulto
Josias também disse mais cedo no programa que, com provas contundentes de seu envolvimento na trama golpista, Jair Bolsonaro busca tumultuar o ambiente ao recriar o antipetismo e explorar a imagem negativa do STF (Supremo Tribunal Federal).
Em post no X, o ex-presidente citou uma reportagem do jornal norte-americano 'The New York Times', que acusou o STF de promover o desmonte da Lava Jato ("uma das maiores ações anticorrupção da história recente", na avaliação da publicação), para se defender das acusações de ser um dos líderes da tentativa de golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2022.
Bolsonaro frequenta esse inquérito sobre a trama golpista como um personagem indefensável. As provas contra ele são muito eloquentes. Na falta de uma defesa crível, ele joga no tumulto. Bolsonaro tenta recriar um ambiente antipetista, que lá atrás, em 2018, foi a alavanca que o levou à presidência da República, e explorar a imagem negativa de que dispõe o Supremo hoje. Mas ele não tem autoridade para falar sobre aquilo que está pretendendo dizer. Josias de Souza, colunista do UOL
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Tales: Boicote ao Carrefour pode impactar preço da carne no Brasil
A briga entre os produtores brasileiros e o Carrefour pode impactar no preço da carne para os brasileiros, afirmou o colunista Tales Faria mais cedono UOL News desta segunda (25).
O Carrefour decidiu suspender a compra de carnes do Mercosul. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, criticou a medida, dizendo que ela "reflete um protecionismo desproporcional" do país europeu. Ele ainda apoiou a decisão dos frigoríficos de interromper a venda de produtos para a rede.
É possível haver impacto sobre o preço da carne. Na prática, mantém-se uma oferta mais robusta do que a procura. Corta-se uma parte dos compradores de carne aqui no Brasil, no caso, do Carrefour.
Não sei a proporção exata da carne comprada pelo Carrefour e da importância que isso tem no total vendido no Brasil, mas não deve ser desprezível. Então, essa é uma questão que realmente precisa ser levada em conta.
O papel do Fávaro é levar em conta não só o interesse da indústria, como também o do consumidor final. Isso é algo que o ministro deve sopesar: isso vai doer ou não no bolso do brasileiro? O que se pode fazer para mitigar esse impacto que, do ponto de vista teórico, é provável que exista? Tales Faria, colunista do UOL
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL