Lira e Pacheco falam em rapidez em votar ajuste de gastos, mas sem IR
Os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), falaram nesta sexta (29) em votar com celeridade as medidas de corte de gastos, mas sem se comprometer com a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000.
O que aconteceu
Lira defendeu o compromisso da Câmara com o arcabouço fiscal. De acordo com a publicação do deputado alagoano no "X", antigo Twitter, a Casa está disposta a "contribuir e aprimorar", mas não vai debater a ampliação da faixa de isenção do IR neste ano.
Qualquer outra iniciativa governamental que implique em renúncia de receitas será enfrentada apenas no ano que vem, e após análise cuidadosa e sobretudo realista de suas fontes de financiamento e efetivo impacto nas contas públicas. Uma coisa de cada vez. Responsabilidade fiscal é inegociável.
Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados
Presidente do Senado afirmou que a isenção do IR não é um tema para agora. Pacheco disse que o debate "só poderá acontecer se (e somente se) tivermos condições fiscais para isso", disse em nota.
Se não tivermos, não vai acontecer. Mas essa é uma discussão para frente, que vai depender muito da capacidade do Brasil de crescer e gerar riqueza, sem aumento de impostos.
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado
Fim de mandato. Lira e Pacheco deixam as presidências das Casas em fevereiro de 2025. Na Câmara, o favorito na disputa é o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), que foi indicado pelo deputado alagoano e já tem o apoio da maior parte dos partidos e bancadas temáticas. O PSOL lançou o pastor Henrique Vieira (RJ), mas está isolado. Já no Senado, o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), aparece como único candidato e preferido para assumir a presidência. Caberá ao governo negociar com esses parlamentares a entrada em votação da isenção do IR.
Congresso aguarda envio do pacote de corte de gastos. O governo deve enviar nos próximos dias propostas para a contenção das despesas. Junto com o anúncio das medidas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também divulgou a ampliação da faixa de isenção do IR, que era uma promessa de campanha do governo Lula.
Lira e Pacheco já se comprometeram a analisar o pacote antes do recesso parlamentar. Os trabalhos legislativos vão até o dia 20 de dezembro. A tramitação dos projetos deve começar pela Câmara e depois vai para o Senado.
Haddad anunciou pacote de contenção de gastos. A equipe econômica calcula economizar R$ 70 bilhões com as medidas de ajuste fiscal até o final do mandato: R$ 30 bilhões em 2025 e R$ 40 bilhões em 2026.
Mercado reagiu mal ao anúncio do IR. Na avaliação de especialistas, as medidas de reajuste fiscal não foram ruins, mas o possível efeito positivo foi anulado com a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda. O dólar bateu R$ 6, o que gerou ataques ao governo nas redes sociais.
Debate sobre IR para 2025. Apesar do anúncio, o Executivo vai priorizar a votação da contenção das despesas. Com isso a discussão sobre a isenção do imposto de renda fica somente para o ano que vem e, se aprovada, só começa a valer em 1º de janeiro de 2026.
PT quer fazer campanha de mobilização social sobre tema. A ideia é ganhar o apoio da sociedade sobre a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000.
Nossa preocupação é que o assunto não fique para as calendas. Vamos começar uma campanha popular, com abaixo-assinado, redes sociais e movimentos sociais para mobilizar a sociedade, porque pode ter uma repercussão aqui também [Congresso].
Deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), vice-líder do governo no Congresso
147 comentários
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Valdir Jose Ferraz
Esses Deputados/senadores que não pagam imposto de renda, só pagam no papel/contracheque, pois restituem tudo de volta com inúmeros benefícios e privilégios que tem, querem deixar o pobre que ganha até 5 mil pra depois. Esse país não tem como dar certo.
Petrucio Joao da Silva
A extrema direita vai votar para prejudicar o povo como sempre fizeram, basta ver que são a favor de todas as outras medidas de corte,..as enfaticamente contra a medida do benefício ao povo, incrível isso, nunca essa turma da direita fez nada pelo povo, nunca, mas tem gente que parece entorpecida por eles, não faz sentido nenhum continuar elegendo quem só quer te destruir. ACORDA POVO essa gente da direita nunca faz nada de bom pra vcs.
Ronaldo Luiz Mincato
Os Presidentes da Câmara e do Senado são contra o aumento da taxa de isenção do IR? Mas são contra a taxação dos Ricos. Ou seja, são contra os pobres e defendem os Banqueiros.