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Eduardo Bolsonaro diz ter visitado fugitivos do 8/1 presos na Argentina

04.dez.2024 - Eduardo Bolsonaro visita presos em delegacia na Argentina Imagem: Reprodução/Youtube/Eduardobolsonaro/04.dez.2024

Colunista do UOL, em Buenos Aires, e do UOL, em São Paulo

04/12/2024 18h04Atualizada em 04/12/2024 19h30

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) divulgou vídeo nesta quarta (4) em que diz ter visitado dois militantes dos ataques aos Três Poderes fugitivos do Brasil e que estão presos há 20 dias em La Plata, a 60 km de Buenos Aires. Eles estão foragidos e pediram refúgio político ao governo do presidente Javier Milei, aliado da família Bolsonaro.

O que aconteceu

A pedido do Ministério Público local, a Argentina prendeu 5 das 59 pessoas brasileiras com ordens neste momento. Os mandados de prisão da Justiça argentina foram emitidos após o governo receber 62 pedidos de extradição do Supremo Tribunal Federal do Brasil.

Esta é a segunda vez que Eduardo Bolsonaro se solidariza com os militantes fugitivos. Em 30 de junho, 16 dias depois que o UOL revelou que eles haviam fugido para a Argentina, o parlamentar visitou Buenos Aires junto a uma comitiva de deputados do PL. Eles pediram apoio das autoridades argentinas para os réus condenados e investigados por golpe de estado.

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Vídeo foi gravado em frente à unidade onde fugitivos estão presos. Nele, o deputado aparece com Agnes Gusmão, filha de Joel Gusmão, e Viviane Ramalho, esposa de Rodrigo Moro Ramalho — ambos militantes detidos na Argentina.

Grupo que Rodrigo integrava destruiu mais de R$ 25 milhões de patrimônio brasileiro. Ele gravou a entrada de outros golpistas no Palácio do Planalto —local que ficou completamente destruído durante os atos antidemocráticos. Laudos e relatórios apontaram o uso de violência, ameaças graves e substâncias inflamáveis durante os ataques.

Ambos foram presos em La Plata há cerca de 20 dias. Gusmão e Ramalho foram condenados a 17 e 14 anos de prisão, respectivamente, por envolvimento nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Os militantes brasileiros na Argentina, presos em flagrante em 8 e 9 de janeiro de 2023 no Brasil, dizem que não criminosos. Afirmam que são perseguidos políticos e que só estavam exercendo seu direito à liberdade de expressão no dia dos ataques.

Eduardo foi à Argentina participar do CPAC. Acompanhando o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal tem uma fala prevista para esta quarta-feira (4) no evento que reúne conservadores. Ele também deu entrevista ao jornal "La Nación" e conversou com outros brasileiros que fugiram para o país vizinho.

Família relata vida na Argentina

No vídeo, o deputado conversou com a filha de Gusmão, Agnes, que está grávida, e a esposa de Ramalho. A esposa de Ramalho afirmou que ela e os filhos têm comorbidades e que a vida está muito difícil sem a ajuda do marido. Ramalho trabalhava como motoboy no Brasil. Na Argentina, segundo ela, a família sobrevivia com a ajuda de amigos e da igreja.

Agnes, a filha de Gusmão, também relatou ao parlamentar a angústia pela prisão do pai. Afirmou que ele estava trabalhando em um trailer vendendo pasteis. Agnes e Viviane se mostraram emocionadas com a situação dos foragidos e apelaram ao governo argentino para que eles sejam soltos e possam aguardar o processo de extradição em liberdade.

Segundo o relato no vídeo, a maior preocupação dos militantes presos em La Plata é serem extraditados para o Brasil. Ambos são solicitantes de refúgio político na Argentina. O processo, no entanto, ainda não foi decidido pela Comissão Nacional para os Refugiados (Conare), órgão responsável por conceder o refúgio político. Esse documento é o único capaz de mudar a rota da história dos fugitivos que estão com pedido de extradição em andamento.

Ministra diz que governo Milei cumpre ordens judiciais

Na terça (3), o deputado esteve na bancada do Jornal "La Nación", um dos maiores jornais da Argentina. Eduardo Bolsonaro chegou a conversar ao vivo com a Ministra de Segurança da Argentina, Patrícia Bullrich. Na entrevista, ele pediu que o governo concedesse liberdade aos detidos, cobrou a Conare para que os pedidos de refúgio possam ser deliberados.

A ministra Patrícia Bullrich foi cordial com o deputado aliado de seu presidente. Mas afirmou que todo o processo está nas mãos da Justiça e que a Argentina, na figura do presidente Javier Milei, está cumprindo ordens judiciais.

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