Sakamoto: EUA vão à guerra por lucro de big techs como foram pelo petróleo
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A ofensiva do governo de Donald Trump contra o Brasil, a quem acusa de promover uma suposta censura às plataformas digitais, é semelhante à disputa travada pelos EUA em busca de petróleo, afirmou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News nesta quinta (27).
Na quarta (26), um comitê do Congresso dos EUA aprovou um projeto de lei que cria sanções contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Ele prevê a deportação e o veto de entrada no país de qualquer estrangeiro que atue contra a liberdade de expressão. A medida vem após Moraes suspender a plataforma de vídeos Rumble no Brasil, em um novo capítulo da disputa judicial entre o ministro e big techs no país.
Os EUA vão à guerra pelo lucro das big techs tal como já foram à guerra em nome do petróleo.
Alguém acredita na mentira de que o Tio Sam ataca países do Oriente Médio em nome da democracia e da liberdade? Não; faz isso em busca de petróleo. Por que acreditar então que Washington atacará o Brasil e outros países em nome da liberdade de expressão? Vai em defesa dos lucros das grandes plataformas e do poder de controle sobre a população que pode exercer através delas.
O Brasil não está impondo censura a empresas sediadas nos EUA, mas obrigando pessoas jurídicas instaladas aqui a seguir as leis nacionais. Se uma empresa não quiser seguir a nossa Constituição Federal e obedecer às nossas instituições, é simples: não opere no país. Impor a lei norte-americana para ser seguida aqui é comum a governos autoritários, não a quem diz ser o farol da liberdade do mundo. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Sakamoto elogiou a postura do Itamaraty, que rebateu os EUA e criticou o governo norte-americano por seu posicionamento contrário a decisões do STF. Na nota, o Ministério das Relações Exteriores rejeita "com firmeza qualquer tentativa de politizar decisões judiciais".
É papel do Itamaraty defender o Estado brasileiro. Nesse ponto, não é uma pessoa, nem Moraes, nem o STF; é o Estado brasileiro que está sob ataque. Se fosse Hugo Motta, presidente da Câmara, ou Davi Alcolumbre, presidente do Senado, tal qual o presidente Lula, certamente o Itamaraty, que é responsável por essa interlocução entre países, também deveria vir a público em nome disso.
Se isso alegrou ou não o STF ou o Executivo, não importa. O Itamaraty não poderia ficar em silêncio quando os EUA dão um pescotapa em nosso país. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
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19 comentários
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Geoci Carneiro de Araujo
O pior de tudo isso é ter que. Ver brasileiro endossando essas tramas e barbaridades desse Presidente Americano que até agora só fez coisas absurdas mundo a fora...Vira-latas denegrindo nossa SOBERANIA
Jose Mendonça de Freitas
Não vejo nenhum problema no fato do governo americano querer tornar suas bigtechs mais lucrativas. O lucro será tanto maior quanto mais essas empresas forem uteis e portanto utilizadas. A ofensiva americana contra a censura que o governo brasileiro e o STF querem impor às redes sociais - o tal de controle "social" da midia - é muito bem vinda se ajudar os brasileiros a recuperarem sua liberdade de expressão. Essa história de combate às "fake-news" ou à "desinformação" é a desculpa sempre usada por governos totaliltarios para imporem a sua versão dos fatos. Tudo muito parecido com as ditaduras cubana, venezuelana, norte-coreana, etc.etc. Quem tem que decidir se a informação é util ou inutil, falsa ou verdadeira, é o proprio cidadão.
Vicente Lahoz Adams
É admirável como a liberdade de opressão do Tope tudo está se alastrando junto com seu catastrófico e delir ante plano sócio-econômico. Se ainda havia esperança de um mundo igualitário e propício a menos prejuízos climáticos, o Bozotrumpismo acaba de miná-la por completo.