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OPINIÃO

Josias: Pedido de suspensão de julgamento de Zambelli não faz menor sentido

Do UOL, em São Paulo

24/03/2025 13h14

O pedido de suspensão para o julgamento do caso da deputada Carla Zambelli (PL-SP), acusada de perseguir um homem com arma em punho em São Paulo, não faz o menor sentido, disse o colunista Josias de Souza no UOL News, do Canal UOL.

Não faz o menor sentido o pedido de vista de Nunes Marques. Estamos falando de um crime em outubro de 2022, às vésperas do segundo turno, quando sai a deputada com arma em punho e perseguindo uma pessoa em um bairro bastante populoso. Ela se encaminhava para uma condenação. Josias de Souza, colunista do UOL

Em 2022, às vésperas do segundo turno da eleição, Zambelli perseguiu o jornalista Luan Araújo com uma arma empunhada por cerca de cem metros em ruas na região central da capital paulista. O caso foi levado para julgamento no STF.

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O placar era de 4 a 0 para condenar a deputada a 5 anos e 3 meses de prisão por perseguição armada, quando o ministro Nunes Marques, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado de Zambelli, solicitou o pedido de suspensão do julgamento.

Com seis votos, a condenação de Zambelli se consumaria. E não há menor dúvida de que ela será condenada. Daí, o que fez Nunes Marques? Pediu vista. O pedido de vista serve para o ministro estudar mais um determinado processo. Aqui, não há mais o processo, que está correndo no Supremo há um bom tempo. Tem que estudar. Houve um tempo mais do que razoável para que os ministros se inteirassem do quadro.

A cena foi explícita, foi filmada, não há muita dúvida do cometimento do crime. O Nunes Marques adotou um procedimento, que nos bastidores do próprio Supremo é chamado de 'pedido de vista bloqueio'. Ele bloqueia uma decisão, que parece incontornável, com um pedido de vista. Apenas para dar tempo ao acusado para retardar um resultado que parece irrefreável, irreversível. Então não faz o menor sentido esse pedido de vista. Josias de Souza, colunista do UOL

Jurista: Fux suspende julgamento de 'pichadora' para baixar tensão

O pedido de suspensão do julgamento da cabeleireira que pichou a estátua da Justiça durante atos de 8 de Janeiro, solicitado hoje pelo ministro do STF Luiz Fux, é para distensionar o julgamento de bolsonaristas que começa amanhã, avaliou o jurista Davi Tangerino, professor de Direito Penal, no UOL News.

Se eu tivesse que apostar, eu acho que [o pedido de suspensão seria] para dar uma esperança, mas eu acho que seria, sobretudo, para distensionar o máximo possível o julgamento que começa amanhã. Jurista Davi Tangerino, professor de Direito Penal

O ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do caso, votou para condenar a cabeleireira Débora Rodrigues Santos, que escreveu "Perdeu, mané" com batom vermelho, a 14 anos de prisão. A ação contra ela é analisada pelo plenário virtual da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal). O voto de Moraes precisa ser referendado pelos demais ministros. Hoje, o ministro Fux fez o pedido de vista, adiando assim o julgamento da "pichadora".

Ao Canal UOL, o professor Tangerino analisou a decisão do ministro como forma de baixar a tensão do julgamento da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que começa nesta terça e deve ir até quarta-feira, no STF. A ação vai decidir se Bolsonaro e aliados viram réus. Nesta fase do processo, os cinco ministros vão analisar se aceitam a denúncia apresentada pela PGR.

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h, com apresentação de Fabíola Cidral, e às 17h, com Diego Sarza. Aos sábados, o programa é exibido às 11h e 17h, e aos domingos, às 17h.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL


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