Defesa de cabeleireira comemora prisão domiciliar: 'Luta por justiça'


A defesa de Débora Rodrigues Santos comemorou a decisão de prisão domiciliar determinada hoje pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
O que aconteceu
"A defesa de Débora Rodrigues tem o prazer de informar que, após mais de dois anos de prisão injusta, nossa cliente obteve seu alvará de soltura", disseram os advogados dela. A nota é assinada por Hélio Júnior e Tanieli Telles, que fazem parte da defesa.
Este é um marco importante não só na luta pela liberdade de Débora, mas também em uma luta maior por justiça e respeito aos direitos humanos.
Hélio Júnior e Tanieli Telles, advogados de Débora Rodrigues dos Santos
Mãe de duas crianças. Débora é casada, tem dois filhos, de 6 e 11 anos, e morava em Paulínia, no interior de São Paulo. Ela está detida no Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro. "Durante todo o período de sua detenção, Débora esteve afastada de sua família e de seus filhos, vivendo uma situação que, na visão da defesa, foi completamente desproporcional e sem base sólida nas evidências. A decisão de sua libertação simboliza a esperança de que, mesmo em tempos difíceis, a verdade e a justiça prevalecerão", diz a defesa.
Condenação de Débora "nunca" deveria ter ocorrido, dizem advogados de defesa. "Reafirmamos nosso compromisso em continuar acompanhando os desdobramentos do caso, sempre em busca de uma justiça plena."
A liberdade de Débora é uma vitória não apenas para ela, mas para todos que acreditam na luta pela justiça e pela dignidade humana.
Hélio Júnior e Tanieli Telles, advogados de Débora Rodrigues dos Santos
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comemorou a decisão nas redes sociais. "Imagine a felicidade de seus filhos. Débora, o Brasil te ama", diz a publicação.
Moraes tomou a decisão após a PGR ser favorável ao regime domiciliar. Débora está presa desde 17 de março de 2023 por envolvimento nos atos golpistas do 8 de Janeiro. Naquele dia, ela escreveu com batom a expressão "perdeu, mané" na estátua da Justiça, localizada em frente ao STF, em Brasília, em referência a uma fala do ministro Luís Roberto Barroso, durante uma viagem a Nova York, em novembro de 2022.
Moraes impôs à cabeleireira uma série de condições. Ela ficará em casa com a família enquanto aguarda o fim de seu julgamento por participação nos atos golpistas. O caso está suspenso após um pedido de vista do ministro Luiz Fux, que já anunciou que vai rever a pena proposta por Moraes, de 14 anos de prisão.
As condições impostas a Débora
- Uso de tornozeleira eletrônica;
- Proibição de utilização de redes sociais;
- Proibição de comunicar-se com os demais envolvidos, por qualquer meio;
- Proibição de concessão de entrevistas a qualquer meio de comunicação, incluindo jornais, revistas, portais de notícias, sites, blogs, podcasts e outros, sejam eles nacionais ou internacionais, salvo mediante expressa autorização deste Supremo Tribunal Federal;
- Proibição de visitas, salvo de seus advogados regularmente constituídos e com procuração nos autos e de seus pais e irmãos, além de outras pessoas previamente autorizadas por este Supremo Tribunal Federal.