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Remédio contra o câncer se mostra promissor contra o Alzheimer em ratos

Em Washington

14/03/2012 10h24

Cientistas americanos afirmaram na última terça-feira (13) que um remédio contra o câncer demonstrou ser promissor em melhorar a memória quando dado a ratos mais velhos que sofrem de Mal de Alzheimer.

A droga epotilona, ou EpoD, já tinha sido apresentada pela mesma equipe de cientistas da Universidade da Pensilvânia como uma ferramenta para evitar o declínio cognitivo em roedores jovens criados para apresentar mais tarde sintomas como os do Alzheimer.

Mas seu novo estudo demonstrou que os benefícios no aprendizado e na memória se estenderam a ratos mais velhos que já tinham sinais da doença, representando um avanço na busca de um tratamento para esta forma incurável de demência.

O medicamento parece atuar na estabilização dos microtúbulos, estruturas de transporte de nutrientes nas células nervosas, que se rompem quando aglomerados de uma proteína denominada tau se formam no cérebro, provocando os conhecidos "emaranhados" nas células nervosas.

A EpoD funciona de forma similar a uma droga amplamente usada na quimioterapia, a paclitaxel, mas se diferencia ao cruzar a barreira sangue-cérebro, explicou o autor que chefiou as pesquisas, Kurt Brunden, cujo estudo será publicado no periódico Journal of Neuroscience.

"A EpoD entra rapidamente no cérebro, onde parece persistir por muito mais tempo do que no sangue. Isso pode explicar porque pequenas doses se mostraram eficazes e seguras no modelo do mal de Alzheimer em ratos", acrescentou.

Os ratos foram tratados por apenas três meses. Provavelmente, os seres humanos teriam que ser tratados por muito mais tempo porque o Alzheimer é uma doença degenerativa crônica. Portanto, mais pesquisas precisam ser feitas para verificar se um tratamento mais longo seria nocivo.

No mês passado, uma outra equipe de cientistas reportou que outro medicamento contra o câncer amplamente disponível, o bexaroteno, demonstrou ser bem sucedido em reverter o Mal de Alzheimer em ratos.

Roedores tratados com essa droga ficaram rapidamente mais espertos e a placa em seus cérebros que provocava o Alzheimer começou a sumir em questão de horas, destacou a pesquisa, publicada na revista científica americana Science.

Mas especialistas alertam que os modelos em ratos nem sempre são traduzidos com sucesso nos testes com pessoas e que obstáculos significativos permanecem no caminho antes que se saiba se tais abordagens podem funcionar em humanos.