Legisladores querem proibir entrada nos EUA de cidadãos de países afetados pelo ebola
O presidente da Câmara de Representantes e outros legisladores dos Estados Unidos pediram nesta quarta-feira (15) ao governo de Barack Obama que feche o território americano aos cidadãos dos três países africanos mais afetados pela epidemia de ebola.
"Proibir temporariamente que estas pessoas entrem nos Estados Unidos é algo que o presidente deveria analisar, assim como outras medidas que permitam afastar as dúvidas crescentes sobre a segurança dos sistemas de transporte do país", disse o representante republicano John Boehner.
"Pedimos que considere a suspensão temporária dos vistos para cidadãos de Libéria, Guiné e Serra Leoa até que esta epidemia seja controlada", escreveram o presidente da comissão de Segurança Interna, Michael McCaul, e os cinco presidentes de suas subcomissões, todos republicanos, em carta dirigida aos secretários de Estado e de Segurança Interna.
Os legisladores afirmam que a suspensão de parte dos 13.500 vistos em curso permitiria restabelecer a confiança dos cidadãos no sistema de saúde americano, debilitada após a contaminação de duas enfermeiras que trataram do liberiano Thomas Eric Duncan, em um hospital de Dallas.
Obama anulou as viagens que faria nesta quinta-feira (16), como ocorreu na véspera, para se dedicar à crise provocada pela contaminação das enfermeiras nos EUA.
"Os deslocamentos do presidente para Rhode Island e Nova York foram cancelados", anunciou a Casa Branca.
O presidente prometeu nesta quarta uma resposta "muito mais agressiva" nos Estados Unidos à ameaça do ebola e insistiu em que o risco de uma epidemia séria da febre hemorrágica em solo americano é baixo.
Depois de uma reunião de crise com altos assessores na Casa Branca, Obama reforçou a importância de ajudar países africanos a conter a disseminação do vírus, referindo-se a essa ajuda como "um investimento em nossa própria saúde pública".
"Se nós não respondermos internacionalmente de forma eficaz, então poderemos ter problemas".
Participaram da reunião o vice-presidente Joe Biden, o secretário da Defesa, Chuck Hagel, a secretária de Saúde e Serviços Humanos, Sylvia Burwell, e o secretário de Segurança Interna, Jen Johnson, entre outros membros do alto escalão.
"Essa não é uma situação em que, como no caso da gripe, os riscos de uma rápida disseminação da doença são iminentes", frisou Obama, acrescentando ter "apertado as mãos, abraçado e beijado" enfermeiras que trataram do paciente com ebola no hospital da Universidade de Emory, em Atlanta.
"Eles seguiram os protocolos. Sabiam o que estavam fazendo, e eu me senti totalmente seguro fazendo isso", declarou.
"Estou absolutamente confiante em que nós podemos evitar uma epidemia séria da doença nos Estados Unidos. A chave para compreender essa doença é que estes protocolos funcionam", prosseguiu.
Até agora, a epidemia de ebola matou 4.493 pessoas de um total de 8.997 casos registrados, sobretudo, na África Ocidental.
Desde o anúncio, no mês passado, de que os Estados Unidos enviariam pelo menos 3.000 militares ao oeste da África para ajudar a combater a epidemia, Obama tem criticado repetidas vezes a resposta internacional à crise sanitária, considerando-a insuficiente.
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