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Dois bilhões de vacinas anticovid foram aplicadas; 37% em países ricos

Em relação à população, Israel continua a ser o país com a campanha de vacinação mais avançada - Emmanuel Dunand/AFP
Em relação à população, Israel continua a ser o país com a campanha de vacinação mais avançada Imagem: Emmanuel Dunand/AFP

03/06/2021 11h10

Mais de 2 bilhões de doses de vacinas anticovid foram injetadas no mundo, seis meses após o início das campanhas de vacinação, em dezembro de 2020, de acordo com contagem da AFP estabelecida nesta quinta-feira (3). Mas a distribuição é desigual: cerca de 37% das doses foram aplicadas em países com mais recursos, que abrigam 16% da população.

Foram injetadas pelo menos 2.109.696.022 doses em 215 países e territórios, de acordo com esse balanço, feito a partir de dados oficiais.

O mundo chegou a um bilhão de doses administradas após uma campanha de vacinação de cinco meses, mas levou apenas um mês e meio para dobrar esse número.

Israel na liderança

Em relação à população, Israel continua a ser o país com a campanha de vacinação mais avançada, pois seis em cada dez cidadãos estão totalmente vacinados.

É seguido pelo Canadá (59% de sua população recebeu pelo menos uma dose), Reino Unido (58,3%), Chile (56,6%) e Estados Unidos (51%).

No total, seis em cada dez doses foram injetadas nos três países mais populosos do mundo: China (704,8 milhões), Estados Unidos (296,9 milhões) e Índia (221 milhões).

Na União Europeia, 254,98 milhões de doses foram administradas a 39% da população. Malta lidera o bloco com 72,4% da população com pelo menos uma dose injetada. Os países mais populosos da UE registram percentuais próximos à média do bloco: Alemanha (43,6%), Itália (40%), França e Espanha (39,4%).

Os mais rápidos

Na última semana e excluindo os países com menos de um milhão de habitantes, a China é o país que vacina mais rápido, pois inocula 1,37% de sua população todos os dias. É seguida por Bahrein (1,15%) e Uruguai (0,99%).

Na UE, a Alemanha injeta doses diárias a 0,93%, a Itália a 0,81%, a França a 0,80% e a Espanha a 0,71%.

Outras campanhas de vacinação são mais lentas: Japão (0,47%), Brasil (0,29%), Rússia (0,22%) e Índia (0,19%).

Acesso desigual às vacinas

A vacinação continua sendo um privilégio dos países com mais recursos, que abrigam 16% da população mundial, mas respondem por 37% das doses injetadas.

Os países com poucos recursos administraram apenas 0,3% das doses.

No mundo, foram injetadas 26 doses para cada 100 habitantes. Mas esse número esconde uma grande disparidade: houve, por exemplo, 2,5 doses por 100 habitantes na África e 87 por 100 habitantes nos Estados Unidos e Canadá e 47 na Europa.

Apenas seis países no mundo não começaram a vacinar: quatro na África (Tanzânia, Chade, Burundi e Eritreia), além da Coreia do Norte e Haiti.

Tipos de vacina

A vacina AstraZeneca/Oxford é a mais amplamente administrada no mundo: é injetada em mais de 75% dos 215 países e territórios que vacinam.

Está à frente da Pfizer/BioNTech, aplicada em pelo menos 97 países e territórios, Moderna (pelo menos 46), Sinopharm (pelo menos 45), Sputnik V (pelo menos 40) e Johnson & Johnson (pelo menos 29).

O imunizante da AstraZeneca/Oxford é fornecido em países ricos e pobres, principalmente graças ao sistema Covax, que fornece vacinas para Estados com menos recursos.

As vacinas Pfizer/BioNTech e Moderna, mais caras e difíceis de conservar, são usadas principalmente em países ricos em recursos.

O imunizante russo Sputnik V e as vacinas chinesas desenvolvidas pela Sinopharm e Sinovac são usadas principalmente em países em desenvolvimento.