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Ômicron se espalha pelo mundo, mas sem nenhuma morte até o momento

Variante ômicron - iStock
Variante ômicron
Imagem: iStock

Da AFP, em Genebra (Suíça)

03/12/2021 18h02

Novos países relataram nesta sexta-feira (3) casos de transmissão local da variante ômicron do coronavírus, embora a OMS afirme que "não há informações" sobre nenhuma morte.

A agência de estatísticas russa Rosstat informou que 74.893 mortes relacionadas à covid-19 foram registradas em outubro, o mês mais letal no país desde o início da pandemia, elevando o total para 520.000 mortes.

Mais de uma semana depois de a África do Sul anunciar a detecção desta nova variante, cujas características ainda são desconhecidas, mas que está causando uma onda de pânico em todo o mundo, a lista de países afetados e o número de casos não param de crescer.

Em todo o Espaço Econômico Europeu (União Europeia mais Noruega, Islândia e Liechtenstein) 109 casos foram relatados até o meio-dia desta sexta-feira, de acordo com o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC).

Nos Estados Unidos, foram confirmados um total de dez casos, dois deles em pacientes que não haviam viajado para o exterior, indicando que as transmissões agora também são locais.

A Austrália anunciou seus primeiros três casos em Sydney nesta sexta-feira, apesar da proibição de entrada de estrangeiros no país e das restrições de voos para o sul da África.

A Espanha também detectou seu primeiro caso local, um homem de 62 anos vacinado que não viajou para lugar nenhum.

Tunísia e México anunciaram seus primeiros casos nesta sexta-feira e o subsecretário mexicano de Saúde, Hugo López-Gatell, afirmou que o fechamento das fronteiras não é uma medida útil para conter as variantes.

O aparecimento desta variante é "a prova definitiva" do perigo das desigualdades, disse à AFP o presidente da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV), Francesco Rocca, que relembrou a ameaça de "variantes novas em locais onde a taxa de vacinação é muito baixa".

Muitas incertezas

Embora a nova variante pareça ser altamente contagiosa, o porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Christian Lindmeier, disse nesta sexta-feira que não havia recebido "nenhum relato de mortes relacionadas à ômicron".

À medida que mais países detectam a nova variante, "teremos mais casos, mais informações e - embora espero que não - possivelmente mortes", disse ele.

No total, a ômicron foi detectada em 38 países e a variante agora está disseminada nas seis regiões da OMS, disse a gerente técnica da OMS para a covid-19, Maria Van Kerkhove, durante a mesma entrevista coletiva.

A OMS já considerou "provável" que a variante se espalhe pelo mundo, especialmente porque um estudo sul-africano descobriu que o risco de contrair covid-19 novamente é três vezes maior com a ômicron do que com as variantes beta e delta.

Na África do Sul, a nova variante já prevalece e as autoridades de saúde relataram um aumento nas infecções em crianças, embora ainda não se saiba se está relacionado ao ômicron.

Novas restrições na Alemanha

Desde o surgimento da delta, já altamente contagiosa, uma variante da covid-19 não causava tanto pânico. Anúncios de medidas drásticas e restrições a viagens estão aumentando em todo o mundo.

Na Alemanha, a chanceler em fim de mandato, Angela Merkel, anunciou na quinta-feira que vai aumentar as restrições para pessoas não vacinadas, que ficarão praticamente confinadas e terão de limitar seus contatos.

Um projeto de lei sobre a vacinação obrigatória será apresentado ao Parlamento alemão para entrada em vigor em fevereiro ou março, como na Áustria, que mais uma vez confinou sua população, e na Grécia, que encurtou o prazo para a terceira dose.

Na França, foram confirmados nove casos de ômicron. Já a Suíça vai abolir a quarentena obrigatória de entrada no país para pessoas vacinadas no sábado, mas vai apertar os requisitos de teste.

Na Ásia, um dia depois de Cingapura anunciar dois casos, os vizinhos Malásia e Sri Lanka relataram seus primeiros casos nesta sexta-feira, cada um envolvendo viajantes que voltavam da África.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a cobertura vacinal e os níveis de detecção inadequados, especialmente na África, são "uma receita perfeita para as variantes se reproduzirem e ampliarem."

Várias empresas, incluindo Moderna, AstraZeneca, Pfizer / BioNTech e Novavax, expressaram confiança em sua capacidade de criar uma vacina para a ômicron.

A Rússia também está trabalhando em uma versão de sua Sputnik V voltada especificamente para essa variante.

A covid-19 já matou pelo menos 5.233.111 pessoas em todo o mundo e infectou quase 265 milhões de pessoas desde o final de 2019, de acordo com uma contagem da AFP.