Coronavírus tem recorde de mortes em um dia, mas registro de novos casos se estabiliza
No sábado, a Organização Mundial da Saúde afirmou ainda ser cedo para determinar se surto atingiu seu pico.
O número de pessoas mortas pelo novo coronavírus aumentou em 97 neste domingo (09/02), o maior número de mortes já registrado em um dia desde o início do surto, em dezembro, na cidade chinesa de Wuhan, capital da Província de Hubei.
O total de mortos na China chegou a 908, mas o número de novas infecções registradas por dia aparentemente se estabilizou.
Na China, 40.171 pessoas foram diagnosticadas com o vírus, e outras 187.518 estão em observação.
Por outro lado, cerca de um terço dos casos confirmados fora do território chinês (menos de 400, ou 1% do total) estão ligados ao cruzeiro Diamond Princess, que está sob quarentena há duas semanas no Japão.
Mais 60 pessoas que estavam a bordo apresentaram sinais de infecção, elevando a cifra para 130 infectados dentre as quase 3.700 pessoas ali dentro. Quem recebe diagnóstico positivo é transferido para algum hospital próximo.
Ao longo do fim de semana, o número de mortes em razão do novo coronavírus ultrapassou o provocado pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), em 2003. Este surto também se originou na China e matou 774 pessoas ao redor do mundo (quase 10% do total de casos registrados de pessoas infectadas).
No sábado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que o número de novos casos na China estava se "estabilizando", mas ainda era cedo para afirmar que o surto havia atingido seu pico.
No dia seguinte, a organização enviou uma missão internacional à China para ajudar a coordenar a resposta à doença, dez dias depois de declarar o surto uma "emergência de saúde pública de interesse internacional".
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou no domingo que a transmissão do vírus entre pessoas que não estiveram na China pode ser apenas "a ponta do iceberg".
"Têm surgido preocupações sobre a disseminação do vírus por pessoas sem histórico de viagem à China", escreveu Ghebreyesus no Twitter. "A detecção de um pequeno número de casos pode indicar uma ampla disseminação em outros países."
Volta à normalidade?
Os primeiros casos foram registrados em dezembro em Wuhan, cidade de 11 milhões de habitantes submetida a quarentena há semanas. Pouca gente consegue entrar e sair dali, e escolas, comércio e sistemas de transporte público estão fechados.
Desde então, o novo coronavírus chegou a outros 27 países e territórios, com duas mortes fora da chamada China continental: uma nas Filipinas e outra em Hong Kong.
Segundo dados oficiais da China, 3.281 pacientes se curaram da doença e receberam alta hospitalar.
Nesta segunda-feira (10/02), milhões de pessoas retornaram ao trabalho após as pausas do feriado do Ano Novo Lunar chinês, período que acabaria em 31 de janeiro, mas foi estendido a fim de evitar a disseminação do vírus.
Medidas de precaução ainda estão sendo adotadas, como redução da carga horária e abertura restrita de locais de trabalho.
Projeções indicam piora ou melhora?
Segundo as informações que se têm até o momento, o novo coronavírus mata cerca de 2 a cada 100 pessoas comprovadamente infectadas.
Mas faltam dados confiáveis para projeções mais precisas sobre quantas pessoas ainda devem contrair o vírus e quantas vão morrer. As análises se baseiam, por exemplo, no número de casos e mortes registrados e para quantas pessoas uma pessoa infectada é capaz de transmitir o vírus.
Só que uma das principais características do novo coronavírus é que ele pode ser transmitido ainda durante o período de incubação (entre 1 e 14 dias), quando a pessoa ainda não apresenta sintomas, como febre e tosse. E nem todo mundo que contrai o vírus fica doente. Tudo isso dificulta muito qualquer análise.
Ainda assim, à medida que o tempo passa, o número de casos tem aumentado muito mais rapidamente que o número de mortes, o que pode significar no futuro uma taxa de mortalidade bem menor que 2%.
"Numa situação como essa, na qual há tantas variáveis desconhecidas, é quase impossível prever com algum grau de precisão quando o número de casos chegará ao seu auge", afirmou Robin Thompson, especialista em epidemiologia matemática da Universidade Oxford, no Reino Unido.
Mike Ryan, da OMS, afirma que é muito cedo para dizer que o pior já passou. "Quase 4 mil casos confirmados em um único dia não é algo a ser celebrado e certamente é um motivo de grande preocupação."
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