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Droga contra Alzheimer será testada pela primeira vez em indivíduos com propensão à doença

Do UOL

Em São Paulo

15/05/2012 17h24Atualizada em 15/05/2012 17h42

Uma droga para controlar o Alzheimer será testada pela primeira vez em pacientes com propensão genética confirmada ao mal de Alzheimer, mas que ainda não apresentam sintomas. A informação foi divulgada nesta terça-feira (15) pelo governo dos EUA.

Especialistas dizem que este será um dos únicos estudos voltados para o tratamento preventivo de pessoas predestinadas a sofrer da doença. Segundo o diretor dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) Francis Collins, trata-se de uma pesquisa sem precedentes.

A maioria dos participantes é proveniente de uma família de 5.000 integrantes na Colômbia. Estima-se que esta seja a que mais possui membros com Alzheimer em todo o mundo. Eles possuem uma mutação genética rara que faz os primeiros sinais de demência surgirem precocemente, por volta dos 45 anos.

Os 300 integrantes da família que irão participar da fase inicial da pesquisa ainda estão longe de apresentar sintomas – alguns têm menos de 30 anos.

Eles vão usar a droga Crenezumab, que ataca a formação de placas no cérebro associadas ao mal de Alzheimer. Boa parte dos especialistas, mas não todos, acredita que essas placas sejam a origem da doença. Segundo os pesquisadores, a substância causa menos efeitos colaterais que outras usadas contra o problema, capazes de causar edemas nos vasos sanguíneos.

Um terço dos participantes com a mutação vai receber o remédio e outro terço vai receber placebo. Os 100 restantes são indivíduos que não têm a mutação e também vão tomar placebo. Os testes foram planejados dessa forma porque nem todo mundo quer saber que está condenado a ter a doença.

Todos eles vão passar por testes de memória e cognição, além de exames de saúde e avaliações psicológicas - ansiedade, depressão e irritabilidade costumam preceder o alzheimer.

A pesquisa tem custo aproximado de US$ 100 milhões e vai durar cinco anos.

Para o médico Eric Reiman, diretor do Instituto de Alzheimer Banner, em Phoenix, e principal autor do estudo, embora sejam poucas as pessoas com essa mutação genética que deflagra a doença precocemente, os resultados vão ajudar a esclarecer aspectos que poderão ajudar milhões de pessoas que sofrem da forma convencional do alzheimer.

Reiman e sua equipe já planejam um estudo similar para americanos com risco aumentado de ter a doença. No país, 5,4 milhões de pessoas sofrem do mal atualmente.

(Com The New York Times)