Desequilíbrio emocional gera problemas; faça o teste e veja como você está
Provavelmente, você já viveu situações de desequilíbrio emocional. Afinal, constantemente estamos sujeitos a acontecimentos que alteram nossos estados corpóreos (batimentos cardíacos, por exemplo) e incitam a disposição para tomar certas atitudes.
“As emoções têm a função de proteger as pessoas de episódios danosos ou, ainda, fazer com que vivenciem mais longamente circunstâncias propícias ao seu bem-estar. Alguém equilibrado emocionalmente é aquele que experimenta a emoção apropriada para a situação que está passando”, diz Roberto Banaco, doutor em psicologia pela Universidade de São Paulo (USP), membro da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental. “Seria muito estranho que um sujeito preso a quadros de estresse contínuo queira sentir algo diferente de... estresse!”
O problema existe quando, na presença ou não de razões que justifiquem um abalo, a pessoa comumente perca o controle. “Para alcançar o desejado equilíbrio emocional, o indivíduo passa por um trabalho intenso que exige dedicação e força de vontade. Sentimentos negativos precisam ser trabalhados e 'resignificados', de forma que a maturidade propicie uma atmosfera de paz interior e sabedoria. Ele se olha e se aceita como sendo fragmentado e imperfeito, porém tendo a dimensão de sua capacidade de ultrapassar as barreiras para que possa alcançar sua maior completude”, analisa Cristiane Moraes Pertusi, doutora em Psicologia do Desenvolvimento Humano pela USP, psicóloga e consultora de carreira/coaching.
Vale considerar que o desequilibrado emocionalmente pode sofrer com problemas de saúde: má digestão, alimentação inadequada (pois busca fuga na comida), insônia e dores no corpo provocadas por estresse. “Tais condições alteram a concentração para enfrentamento dos problemas, piorando gradativamente o quadro em um círculo vicioso muitas vezes só possível de se vencer com ajuda terapêutica”, salienta Banaco.
Sofrimento gera evolução
É fato: conflitos sempre irão existir e são saudáveis para a construção íntima do ser humano. É por meio deles, acreditam os terapeutas, que as pessoas terão a oportunidade de crescer, amadurecer e se reconhecer de forma generosa, sem medo. “Aceitar seus erros é a primeira oportunidade de não rivalizar consigo mesmo e ser seu melhor aliado”, diz a psicóloga, acrescentando que a ausência de equilíbrio leva o sujeito a paralisar diante dos obstáculos, sem força para continuar sua caminhada.
O pior, diz Banaco, é que não raro a vida apresenta situações, muitas vezes antagônicas, sobre as quais não temos controle. “Sair do prumo, perder a identidade e literalmente se descontrolar são reações normais. No entanto, quando uma circunstância negativa aparece, é fundamental assumir que você não é a emoção que sente – e que, assim, pode agir para transformar aquela condição.”
Diante de algo que traz susto, medo, ansiedade e raiva, você poderia, por exemplo, buscar referências, imagens e momentos que gerassem calma, satisfação e força para o enfrentamento.
Potência de dentro para fora
Cristiane Moraes Pertusi defende que, no meio do turbilhão, a pessoa esteja ciente da sua energia e capacidade psíquica para racionalizar e, a partir daí, iniciar um processo de reestruturação, “uma verdadeira reforma interna que trará resultados externos”.
Em outras palavras, empregar o conhecimento sobre si mesmo com sabedoria, valendo-se de suas experiências. “Quando se está perto de perder o controle, vale, ainda, saber ouvir, falar, trocar informações.”
O equilíbrio emocional, é importante deixar claro, influencia todos os setores da vida. E beneficia a saúde e o bem-estar. “Quem não souber lidar com os contratempos de forma ponderada, irá sofrer as consequências”, adverte a psicóloga, que dá uma dica para identificar como anda esta estabilidade.
“Observe sua capacidade de estabelecer e manter relacionamentos saudáveis; e, ainda, de obter satisfação no trabalho. Com estes dois aspectos, já dá para ter um bom diagnóstico.”
Generosidade com o outro
Quem se encontra no extremo oposto, ela diz, tende a ser mais solitário, com baixa autoestima e predisposição à depressão. “Estará sempre se cobrando por coisas que não consegue fazer, gerando má qualidade de vida para si mesmo.” O caminho para virar o jogo é entrar em sintonia com as próprias emoções e das pessoas no entorno, sabendo o momento certo de interagir para evitar conflitos.
“Quem é ‘educado emocionalmente’ observa e sente a hora certa de deixar a emoção aflorar, respeitando o momento do outro e reagindo, quando necessário, de forma adequada, sem se magoar ou magoar os demais”, enfatiza Pertusi.
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