Hábitos de higiene contribuem para mais casos de alzheimer, diz estudo
Melhores hábitos de higiene têm contribuído para o aumento dos casos de alzheimer nos países desenvolvidos. É o que revela um estudo publicado na revista Evolution, Medicine and Public Health. Os pesquisadores concluíram que os países com maior grau de saneamento e menor prevalência de micro-organismos apresentaram mais casos da doença.
Os países com um maior grau de urbanização e riqueza também apresentaram taxas mais elevadas de pacientes diagnosticados com alzheimer.
Para chegar a essas conclusões, os cientistas estudaram a prevalência da doença em 192 países e compararam com a diversidade de micróbios nesses locais. Eles levaram em consideração também as taxas de natalidade, expectativa de vida e pirâmide etária durante a análise.
Ainda não está claro o por que a higiene contribuiu para o aumento de casos de alzheimer, mas os responsáveis pelo estudo especulam que a exposição aos micro-organismos, tanto bons quanto ruins, é importante para desenvolver respostas imunológicas adequadas.
A "hipótese da higiene" apresentada pelos pesquisadores sugere que as sociedades tornaram-se mais limpas, reduzindo o nível de contato com bactérias e outros tipos de agentes infecciosos, prejudicado o desenvolvimento adequado do sistema imunológico.
A equipe também afirmou que o desenvolvimento do mal de Alzheimer estaria relacionado à doença autoimune, em que corpo ataca o próprio sistema imunológico. "O alzheimer tem algumas características semelhantes com essas doenças. Também identificamos que a prevalência dessa doença varia entre as populações de acordo com a variedade microbiana no ambiente. A exposição aos micro-organismos pode melhorar a imunidade dos indivíduos, protegendo-os contra doenças autoimunes”, escreveram os pesquisadores no estudo.
De acordo com o The Guardian, James Pickett, diretor de pesquisa da Sociedade de Alzheimer que não teve envolvimento na pesquisa, afirmou que a variação da prevalência de alzheimer entre os países já era bem conhecida. "Mas esta discrepância estar relacionada a uma melhor higiene é certamente uma teoria interessante", declarou.
No entanto, Pickett acha difícil determinar que a causa do alzheimer é uma higiene melhor. "É sempre difícil determinar a causalidade de uma doença a um fator como esse. O estudo não anula também o papel determinante de outros fatores no aparecimento da doença, como alimentação, educação e saúde em geral. Uma em cada três pessoas acima de 65 anos irá desenvolver demência e a melhor maneira de reduzir esse risco é seguir uma dieta saudável, fazer exercícios regularmente, não fumar e manter a pressão arterial e o colesterol sob controle", indicou à publicação.
(Com The Guardian)
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