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Prefeitura da BA readmitirá demitidos por causa do Mais Médicos

Médico cubano enviado pelo Mais Médicos, Rigal Sola Perdomo realiza atendimento num posto de saúde do povoado de Lindo Horizonte, em Anagé (BA) - Mário Bittencourt/UOL
Médico cubano enviado pelo Mais Médicos, Rigal Sola Perdomo realiza atendimento num posto de saúde do povoado de Lindo Horizonte, em Anagé (BA) Imagem: Mário Bittencourt/UOL

Mário Bittencourt

Do UOL, em Vitória da Conquista (BA)

11/03/2014 18h39Atualizada em 12/03/2014 15h06

A prefeitura de Anagé, a 560 km de Salvador, no sudoeste da Bahia, assinou TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o MPF (Ministério Público Federal), se comprometendo a readmitir seis médicos substituídos por profissionais do Mais Médicos, enviados à cidade no final do ano passado.

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Pelo TAC, a prefeita Andreia Oliveira Silva (PT), não localizada pelo UOL para comentar o assunto, se comprometeu a reempregar os médicos na prefeitura que governa até a próxima terça-feira (18). Caso isso não ocorra, ela pode ser acionada na Justiça.

Anagé recebeu sete médicos do programa (quatro cubanos e três nacionais) entre outubro e dezembro do ano passado e demitiu os profissionais locais porque "está em situação financeira complicada", conforme disse o secretário de Saúde Alan Prado.

Ele ainda afirmou que os médicos seriam readmitidos assim que a situação financeira melhorasse.

Salários

Os médicos demitidos recebiam R$ 8 mil, enquanto os do Mais Médicos tem bolsa de R$ 10 mil, paga pelo governo federal. Pelo TAC, a prefeitura de Anagé se compromete a manter os salários de antes.

O documento informa que a prefeitura “já pretendia promover o retorno de todos os médicos, em razão da ampliação do Programa Saúde da Família”.

Outra novidade no TAC é que a prefeitura se compromete a ter vínculo empregatício com os médicos, o que não vinha ocorrendo em 2013 e sem que o conhecimento dos profissionais.

Na denúncia feita ao MPF, os médicos disseram que eram terceirizados por meio da Associação Brasileira de Proteção à Saúde, a Pró-Saúde, sobre a qual eles disseram ter conhecimento apenas quando foram demitidos.

A prefeitura de Anagé contratou a Pró-Saúde, no período de março a dezembro de 2013, ao custo de R$ 3.187 mi, para "prestação de serviços de profissionais da saúde, como médicos especialistas, médicos plantonistas, médicos de PSF e demais profissionais de saúde".

O contrato entre a prefeitura de Anagé e a Pró-Saúde está sendo investigado em inquérito à parte pelo MPF.

Mais investigações

Outra investigação do MPF é com relação às denúncias de um médico da cidade de Tremedal e outro de Caetanos, os quais também disseram ter sido demitidos por conta da chegada de profissionais do Mais Médicos.

A prefeitura de Caetano negou a demissão, afirmando que o contrato do profissional havia se encerrado no final de 2013; já Tremedal, não retornou às ligações feita pelo UOL.