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Quero atender os índios com amor e dedicação, diz médica cubana no Acre

Ana Paula Batalha

Do UOL, em Rio Branco

02/10/2013 15h40

O Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Juruá (DSEI-ARJ), no Acre, recebeu a primeira médica contratada pelo programa Mais Médicos, do governo federal nesta quarta-feira (2).

  • Arte UOL

    Saiba qual a proporção de médicos em cada Estado e o panorama em outros países

A cubana Sonia Gonzales Peres,46, atenderá na cidade de Porto Walter, uma das mais isoladas do Acre, no meio da selva Amazônica, onde, durante três anos, atenderá principalmente os índios Arara, que habitam a região. Porto Walter tem 9.176 mil habitantes, de acordo com o IBGE.

O DSEI-ARJ compreende oito municípios e tem 126 aldeias cadastradas. Na região, o atendimento indígena atua de forma itinerante com escalas de 18 dias em determinadas áreas, buscando o paciente onde ele estiver.

Para a médica cubana, que chegou ao Estado no dia 14 de setembro com mais oito médicos, a vinda ao país é uma oportunidade de aprender.

"Para mim, vai ser um grande aprendizado poder levar um pouco de assistência àqueles que foram os responsáveis pela formação do Brasil e de toda a América. Quero poder atendê-los com amor e dedicação", disse durante sua recepção.

 

Sonia Gonzales tem 25 anos de profissão, sete deles atuando na Venezuela. Para ela, o trabalho em outros países, onde há carência de mão-de-obra médica, é importante para os médicos cubanos. Mas seu objetivo é atender a população indígena de forma dedicada e amorosa.

“Espero contribuir com amor e sabedoria a essa população que tanto precisa de nós”, disse.

Nesses dezoito dias no Acre, Peres fez o curso de capacitação estabelecido pelo Ministério da Saúde e ontem recebeu o registro profissional provisório do Conselho Regional de Medicina no Acre (CRM-AC), obrigatório para o exercício da profissão no Brasil.

Entre os médicos que estão no estado por meio do programa, cinco são cubanos, um é nascido na República Dominicana, mas estudou em Cuba, e os outros três são do Acre, mas estudaram na Argentina e Espanha. Destes, cinco serão lotados nas unidades básicas de saúde da capital Rio Branco, dois no interior e outros dois em distritos indígenas.

Nem todos ainda têm o registro provisório, mas, segundo o CRM-AC, eles devem ser emitidos até a próxima segunda-feira (7).