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Exército ajudará no combate à dengue em Campinas (SP)

Fabiana Marchezi

Do UOL, em Campinas (SP)

03/04/2014 16h37

O município de Campinas (93 km de São Paulo) prepara uma megaoperação para combater a epidemia de dengue. Entre as ações previstas para começar na próxima semana estão o reforço do Exército e o recurso de nebulização na região noroeste da cidade, que concentra mais da metade dos casos da doença.

Com 2.793 casos confirmados e 5.949 notificados, sem contar uma morte suspeita que está sendo investigada, a cidade já enfrenta a segunda pior epidemia da história.  Outros 100 pacientes inspiram cuidados por terem sintomas mais graves. Os números foram atualizados nesta quinta-feira (3) pela Secretaria de Saúde do município. "Estamos lidando com casos mais graves do que no ano passado do ponto de vista clínico", disse o secretário de Saúde, Cármino de Souza.

Para enfrentar a doença, a prefeitura decidiu colocar 100 homens do Exército divididos em dez equipes nas ruas para "selar” as caixas d'água. O combate químico com nebulização será feito por dez equipes da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), do governo Estadual, que se juntarão às outras seis equipes que já estão na cidade.

A névoa química ocorrerá entre 18h e 22h. Os caminhões farão esse trabalho durante quase um mês para conseguir atingir cerca de dois mil imóveis. Durante a nebulização, a população deve manter portas e janelas abertas. Idosos, crianças, gestantes e pessoas com problemas de respiração terão que ficar em cômodos fechados. Os animais de estimação devem ser colocados dentro da residência e é necessário cobrir a gaiola de pássaros.

O secretário de saúde afirma que a toxicidade do produto utilizado é "baixíssima" e que as recomendações são apenas por questões de segurança. Segundo a prefeitura, a população será orientada com carro de som, folders e folhetos sobre as ações.

“Durante a nebulização, mexam nas cortinas e móveis para desalojar os mosquitos”, recomendou a diretora do departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Brigina Kemp. A orientação é para que o efeito do veneno dê resultado, matando o mosquito transmissor da doença.

Ainda segundo a secretaria, entre janeiro a março deste ano, 120 mil imóveis foram vistoriados. Outros 49 mil estavam fechados ou os moradores não permitiram a entrada dos agentes. Por isso, a administração entrou com uma ação civil pública há dez dias na Justiça, solicitando medida liminar para que os agentes possam entrar nos imóveis fechados. A ação ainda não foi julgada.

Mortes na RMC

Os municípios da Região Metropolitana de Campinas concentram 25% dos registros da doença do Estado de São Paulo, segundo a Prefeitura.

Além disso, a região já confirmou três mortes em decorrência da dengue neste ano. A primeira vítima foi uma mulher de 49 anos que morreu há 15 dias no município de Americana (126 km de SP).

As outras duas mortes ocorreram em Sumaré (121 km de SP) e foram confirmadas na tarde de segunda-feira (31). As vítimas são um bebê de dois meses e uma mulher de 53 anos.