Ministro da Saúde admite fracasso na vacinação de crianças contra a gripe
O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, admitiu nesta terça-feira (26) que o governo federal fracassou no intento de vacinar contra a gripe as crianças com até cinco anos. Ao todo, 26,6% das pessoas nessa faixa etária não foram vacinadas até segunda (25). Occhi também assumiu que há excesso de consultas desnecessárias no SUS (Sistema Único de Saúde) em razão da baixa informatização de postos de saúde e hospitais públicos.
Embora a vacinação contra a gripe jé tenha sido baixa entre os mais novos no ano passado (70%), não houve mudança no sistema de vacinação e, em 2018, esse índice foi de 73,4%, em boletim de 25 de junho. A imunização de gestantes também foi abaixo do desejável: apenas 73,2% delas foram vacinadas este ano.
O ministro responsabilizou as famílias pela baixa vacinação das crianças. “Nosso desafio são crianças de seis meses a cinco anos. Elas não podem caminhar até um posto e se vacinar. Elas dependem de um responsável para levar.” Ele acredita que, pelo fato de a vacina ser injetável, muitos pais “têm pena, ou trabalha e não leva”.
Escolas e creches
“Nas últimas campanhas, as crianças têm tido sempre os piores desempenhos”, admitiu o ministro durante o 7º Fórum Lide da Saúde e Bem-Estar, em São Paulo. “Vamos trabalhar com secretários municipais e estaduais para desenvolver uma nova estratégia para o próximo ano.”
Uma das ideias que Occhi pretende apresentar aos secretários de saúde é levar as vacinas até as crianças. “A estratégia é ir a escolas e creches para levar as vacinas aonde as crianças estão. Se os pais não querem vacinar os filhos, eles terão de comunicar o ambiente educacional.”
Consultas desnecessárias no SUS
Occhi também admitiu que parte das 1,4 bilhão de consultas realizadas anualmente pelo SUS são desnecessárias. “Você demora para obter uma consulta. Quando consegue, demora o exame. Quando recebe o exame, ele pode estar velho. Aí volta para uma nova consulta”, disse.
A solução, defende, é a informatização do prontuário médico do paciente. “O cidadão começa do zero em qualquer unidade de saúde. O que poderia ser consolidado com um número de CPF. Precisamos de um programa de informatização, mas vamos depender da colaboração dos secretários municipais e estaduais de saúde.”
O ministro afirmou que a informatização da atenção básica aumentou o numero de prontuário eletrônico em UBS (Unidade Básica de Saúde). De acordo com o ministro, esse número passou de 11.330 para 18.913 entre 2016 e maio de 2018.
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