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Estudante com sarampo diz que recebeu diagnóstico de zika em hospital do RJ

Jéssica Nascimento

Colaboração para o UOL

05/07/2018 11h58

Uma estudante de 20 anos, que foi diagnosticada com sarampo em São Paulo, havia sido atendida anteriormente três vezes em um hospital particular de Copacabana, no Rio de Janeiro. Segundo a jovem, os médicos acreditavam que ela estava com zika. 

Ingrid, que é estudante de direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, explicou ao UOL os primeiros sintomas foram febre alta, seguidos de dor no corpo, calafrio e taquicardia. Ela procurou o Hospital Copa D'Or pela primeira vez no dia 13 de junho. "Fiz um exame de sangue, tomei soro e um antitérmico, e indicaram que poderia ser uma infecção viral. No dia 14 retornei ao hospital e fui diagnosticada clinicamente com zika", explica.

No dia 16, o estado de saúde da jovem piorou. A febre não cedia, mesmo com o uso de medicamentos, a tosse e as dores nas pernas se intensificaram e o rosto e o colo estavam manchados. No dia seguinte, após receber o diagnóstico de zika, a jovem achou melhor ir para São Paulo, onde toda a sua família mora.

"Eu fiquei de cama no Rio de Janeiro e minhas amigas precisavam trabalhar. Assim que cheguei em São Paulo, por volta das 23h30, fui diretamente para o hospital, onde, em menos de 12 horas, já tive um possível diagnóstico de sarampo", conta Ingrid. A suspeita foi confirmada no dia seguinte.

A estudante diz ter tomado a vacina contra a doença quando pequena. "Eu não sei como eu peguei. No feriado de junho, eu estive nos Jogos Jurídicos Estaduais do Rio de Janeiro, em Petrópolis, e vivo na ponte aérea Rio e São Paulo", conta.

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A doença só foi confirmada uma semana após o aparecimento dos primeiros sintomas. A paciente ficou internada por três dias e continuou o tratamento em casa até 30 de junho. "Fiquei com medo de morrer quando pensava que eu estava com zika, sendo que os sintomas só pioravam. Como continuei tendo contato com pessoas, algumas podem ter sido prejudicadas", diz.

Segundo a estudante, três pessoas próximas apresentaram sintomas dez dias após a confirmação do sarampo.

Em nota, o Hospital Copa D’Or disse ao UOL que a paciente recebeu atendimento na unidade de pronto socorro com "sintomas inespecíficos" e que "o sarampo é atípico na cidade do Rio de Janeiro, não havendo tratamento específico para a doença, devendo o paciente receber tratamento sintomático comum a quadros virais diversos".

O hospital também disse que se encontra à disposição das autoridades de saúde competentes para qualquer esclarecimento adicional que considerarem necessário.

Casos no RJ

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro informa que acompanha outros 16 casos suspeitos da doença na cidade do Rio de Janeiro, além do de Ingrid. Sobre a estudante de direito, o órgão afirmou ainda que ainda aguarda confirmação do diagnóstico pelo laboratório de referência nacional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Já a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro afirma que há quatro casos de sarampo em investigação em todo o estado.