Amazonas e Roraima enfrentam surto de sarampo; veja como se prevenir
Amazonas e Roraima enfrentam surto de sarampo, de acordo com o Ministério da Saúde. Até o dia 20 de junho, 263 casos da doença foram confirmados no Amazonas contra 200 de Roraima, apesar de o Brasil ter recebido da Organização Pan-Americana da Saúde o certificado de eliminação da circulação do vírus em 2016.
O surto começou em Roraima, que tem registrado casos desde fevereiro deste ano por conta do aumento da entrada de venezuelanos devido à crise econômica e política do país vizinho. A porta de entrada dos estrangeiros aqui é Pacairama (RR), cidade que faz fronteira com a Venezuela. De acordo com análises da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o vírus que circula no estado coincide com o que circula em terras venezuelanas.
De 14 a 27 de abril de 2018, Manaus antecipou a campanha contra o sarampo, prevista para agosto. Roraima também realizou campanha de março a abril em todo o estado.
E o grande problema, segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, é que o regulamento Sanitário Internacional de 2005 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não estabelece a obrigatoriedade da cobrança da vacinação para quem entra no Brasil, o que aumenta o risco de doenças no país.
Transmissão, prevenção e tratamento
O Sarampo é uma doença viral extremamente contagiosa, considerada grave, segundo Raquel Stucchi, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia. A transmissão se dá de forma direta, de pessoa para pessoa, por vias respiratórias ao tossir, espirrar, falar ou respirar.
"Os principais sintomas são febre alta, conjuntivite com olho lacrimejando, que deixa o rosto com aspecto de choro, manchas vermelhas pelo corpo e pele áspera", explicou a especialista.
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O diagnóstico laboratorial é pela detecção de anticorpos Imunoglobulina (IgM) no sangue na fase aguda da doença, ou seja, desde os primeiros dias até quatro semanas após o aparecimento das manchas na pele.
A vacinação é a única maneira de prevenir o sarampo. O esquema vacinal vigente é de uma dose da vacina tríplice viral ao completar um ano de idade e a segunda dose da vacina tetraviral aos 15 meses. Gestantes e pessoas com o sistema imunológico comprometido, como portadores de HIV e paciente em quimioterapia, não podem ser vacinados.
O ciclo da doença dura cerca de uma semana ou dez dias e o tratamento consiste em repouso, hidratação e antitérmico para controlar a febre, além de isolamento. A doença pode resultar em complicações como diarreia, pneumonia e alterações de coagulação do sangue.
Ministério da Saúde adverte
Com o surto de sarampo no estado do Amazonas, o Ministério da Saúde reforça a importância de a população se vacinar contra a doença. De janeiro a junho deste ano, a pasta afirmou ter encaminhado aos dois estados 711,4 mil doses da vacina tríplice viral - contra o sarampo, caxumba e rubéola - para atender a demanda dos serviços de rotina e a realização de campanhas, ações de controle da doença e prevenção de novos casos na região em alerta.
Desde fevereiro, o Ministério Saúde afirma que mantém equipes técnicas e treinadas nos dois estados para orientar profissionais de saúde sobre aspectos gerais da doença, além de realizarem ações de vigilância epidemiológica. Também foi realizada intensificação vacinal nos estrangeiros presentes no posto da Polícia Federal, em Roraima.
Também foi criada a Sala Estadual de Resposta Rápida para Surto de Sarampo, para monitorar os casos suspeitos e confirmados. Segundo Francisco Deodato, secretário estadual de Saúde do Amazonas, Fundações de Vigilância em Saúde (FVS) e de Medicina Tropical (FMT) vêm promovendo a capacitação e treinamento, presencial e com uso de tecnologia de educação à distância, dos servidores de saúde de todos os municípios. "Como não tínhamos sarampo há pelo menos 18 anos, muitos profissionais nunca tinham lidado com a doença", ressaltou.
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