Presidente da empresa municipal de saúde do Rio entrega o cargo a Crivella
O presidente da Empresa Pública de Saúde do Rio de Janeiro (RioSaúde), Ronald Munk, 60, entregou na última segunda-feira (16) uma carta ao prefeito Marcelo Crivella (PRB), renunciando ao cargo que ocupou nos últimos cinco anos. A exoneração ainda não foi publicada no Diário Oficial carioca.
Munk fundou a RioSaúde no governo Eduardo Paes (MDB) e era um dos únicos nomes do primeiro escalão a sobreviver à troca de comando na Prefeitura do Rio. Agora, do governo anterior, só resta o presidente da empresa municipal responsável pelos serviços de informática (Iplan-Rio), Fábio Pimentel Carvalho.
Na última semana, o Ministério Público do Rio abriu investigação para apurar suspeita de exonerações em massa conduzidas por Crivella. O MP recebeu denúncias de que funcionários com cargo de confiança teriam sido demitidos para a contratação de pessoas ligadas à Igreja Universal.
Ouvido pelo UOL, Munk alegou motivações pessoais para deixar o cargo.
“Não tive ingerência política nenhuma do prefeito durante toda a gestão. O prefeito visitou o hospital Rocha Faria e elogiou as condições”, declarou Munk. “Meu objetivo era desenvolver um modelo de gestão para que as empresas públicas trabalhassem. Ele foi cumprido”, completou.
Com um orçamento de cerca de R$ 220 milhões por ano, a RioSaúde administra três UPAs municipais no subúrbio do Rio de Janeiro (Cidade de Deus, Rocha Miranda e Senador Camará), a Coordenação de Emergência Regional da Barra da Tijuca e o Hospital Municipal Rocha Faria. Recentemente, a RioSaúde renovou o contrato para gerenciar o hospital por mais dois anos.
“No Rocha Faria, ainda há deficiência de infraestrutura material e de recursos humanos. Não sei se é falha da secretaria ou do município que não deu condições ou se é falha da própria administração que assumiu. Algo estranho aconteceu porque ele [Munk] estava muito motivado para resolver isso”, disse Ludugério Silva, presidente da Federação das Associações de Moradores do Município do Rio.
A Rio Saúde tem pouco mais de 2 mil funcionários e atende 200 mil pacientes por ano.
A Prefeitura do Rio ainda não informou quem substituirá Munk no cargo.
Modelo de empresa privada
Economista formado na Suíça, Munk foi convidado por Eduardo Paes para profissionalizar a gestão da saúde municipal no Rio. Assumiu unidades municipais que funcionaram como pilotos para testar modelos de gestão pública.
Nas UPAs e o hospital administrados pela RioSaúde, médicos, enfermeiros e demais funcionários conviviam com um sistema de metas semelhante ao verificado nas empresas privadas. Precisavam, por exemplo, aumentar o nível de satisfação dos pacientes atendidos e diminuir o tempo de espera para ter direito a pagamento de bônus.
Mas, com a crise financeira que acomete a Prefeitura do Rio, o pagamento dessas variáveis foi suspenso. E a expansão do modelo da RioSaúde para outras unidades, um objetivo de Munk, não pôde avançar, uma vez que a prefeitura está proibida de contratar mais gente, devido à lei da responsabilidade fiscal.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.