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Presidente da empresa municipal de saúde do Rio entrega o cargo a Crivella

RioSaúde / Divulgação
Imagem: RioSaúde / Divulgação

Marina Lang

Colaboração para o UOL, no Rio

17/07/2018 16h34

O presidente da Empresa Pública de Saúde do Rio de Janeiro (RioSaúde), Ronald Munk, 60, entregou na última segunda-feira (16) uma carta ao prefeito Marcelo Crivella (PRB), renunciando ao cargo que ocupou nos últimos cinco anos. A exoneração ainda não foi publicada no Diário Oficial carioca.

Munk fundou a RioSaúde no governo Eduardo Paes (MDB) e era um dos únicos nomes do primeiro escalão a sobreviver à troca de comando na Prefeitura do Rio. Agora, do governo anterior, só resta o presidente da empresa municipal responsável pelos serviços de informática (Iplan-Rio), Fábio Pimentel Carvalho.

Na última semana, o Ministério Público do Rio abriu investigação para apurar suspeita de exonerações em massa conduzidas por Crivella. O MP recebeu denúncias de que funcionários com cargo de confiança teriam sido demitidos para a contratação de pessoas ligadas à Igreja Universal.

Ouvido pelo UOL, Munk alegou motivações pessoais para deixar o cargo.

“Não tive ingerência política nenhuma do prefeito durante toda a gestão. O prefeito visitou o hospital Rocha Faria e elogiou as condições”, declarou Munk. “Meu objetivo era desenvolver um modelo de gestão para que as empresas públicas trabalhassem. Ele foi cumprido”, completou.

Munk, presidente da RioSaúde - RioSaúde / Divulgação - RioSaúde / Divulgação
Ronald Munk, 60, estava na prefeitura desde o governo Paes
Imagem: RioSaúde / Divulgação
Com um orçamento de cerca de R$ 220 milhões por ano, a RioSaúde administra três UPAs municipais no subúrbio do Rio de Janeiro (Cidade de Deus, Rocha Miranda e Senador Camará), a Coordenação de Emergência Regional da Barra da Tijuca e o Hospital Municipal Rocha Faria. Recentemente, a RioSaúde renovou o contrato para gerenciar o hospital por mais dois anos.

“No Rocha Faria, ainda há deficiência de infraestrutura material e de recursos humanos. Não sei se é falha da secretaria ou do município que não deu condições ou se é falha da própria administração que assumiu. Algo estranho aconteceu porque ele [Munk] estava muito motivado para resolver isso”, disse Ludugério Silva, presidente da Federação das Associações de Moradores do Município do Rio.

A Rio Saúde tem pouco mais de 2 mil funcionários e atende 200 mil pacientes por ano.

A Prefeitura do Rio ainda não informou quem substituirá Munk no cargo.

Modelo de empresa privada

Economista formado na Suíça, Munk foi convidado por Eduardo Paes para profissionalizar a gestão da saúde municipal no Rio. Assumiu unidades municipais que funcionaram como pilotos para testar modelos de gestão pública.

Nas UPAs e o hospital administrados pela RioSaúde, médicos, enfermeiros e demais funcionários conviviam com um sistema de metas semelhante ao verificado nas empresas privadas. Precisavam, por exemplo, aumentar o nível de satisfação dos pacientes atendidos e diminuir o tempo de espera para ter direito a pagamento de bônus.

Mas, com a crise financeira que acomete a Prefeitura do Rio, o pagamento dessas variáveis foi suspenso. E a expansão do modelo da RioSaúde para outras unidades, um objetivo de Munk, não pôde avançar, uma vez que a prefeitura está proibida de contratar mais gente, devido à lei da responsabilidade fiscal.