Embaixada da China pede quarentena a chineses recém-chegados ao Brasil
A Embaixada da China no Brasil pede que todos os chineses recém-chegados ao Brasil fiquem de quarentena, informou hoje o encarregado de negócios da representação diplomática em Brasília, ministro Song Yang.
A intenção é que possíveis pessoas infectadas com o novo coronavírus não transmitam a doença pelo Brasil ao circularem pelas ruas. O vírus pode ficar incubado por duas semanas na vítima antes de os sintomas começarem a aparecer.
Yang recomendou que os chineses que tenham desembarcado no país recentemente fiquem em casa por duas semanas observando o próprio estado de saúde e, se apresentarem sintomas como febre e dificuldades para respirar, procurem um hospital indicado pelo Ministério da Saúde brasileiro.
A Embaixada da China informou que ajudou a elaborar orientações e alertas em mandarim a serem entregues aos chineses que desembarcarem no Brasil, especialmente no Aeroporto Internacional de São Paulo em Guarulhos.
O ministro conselheiro da Embaixada na capital federal, Qu YuHui, afirmou que a comunidade brasileira em Wuhan, epicentro da transmissão da doença, é pequena e nenhum cidadão está no que chamou de "prisão domiciliar".
"São medidas de quarentena, não estão isolados", disse.
Por enquanto, informou, o governo brasileiro não sinalizou que coordenará a retirada de cidadãos brasileiros em Wuhan ou em outros locais de risco. Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indicou que a operação é inviável e precisa da aprovação do Congresso Nacional devido aos altos custos envolvidos.
YuHui disse que, se a retirada de brasileiros for conduzida pelo governo do Brasil no futuro, o país oriental dará todo o apoio complementar necessário. Quando questionado, afirmou não considerar a medida como a melhor a ser adotada.
"Meu conselho é que não é muito aconselhável que o cidadão viaje em voo comercial, deixe a cidade [de Wuhan]. Temos de tomar cuidado para não expandir [a quantidade de vítimas] e servir de instrumento de transmissão [do coronavírus]", declarou.
Ele também falou que o governo brasileiro não indicou que limitará importações chinesas do Brasil por conta do coronavírus. O ministro conselheiro admitiu, porém, que a economia da China já enfrenta "desafios" causados pela doença, como reações negativas em bolsas de valores.
"Estamos atentos a esses pontos econômicos. Mas, em primeiro lugar, o presidente [da China] Xi Jinping coloca a vida do povo. Não podemos deixar essa epidemia como um monstro a esconder. É a prioridade do governo chinês", defendeu.
YuHui afirmou ser preciso analisar a situação com "espírito científico, cabeça fria" e ter "toda a confiança de poder vencer essa batalha". Ele ressaltou ações tomadas pelo governo chinês, como a construção de hospitais em menos de duas semanas e reforços médicos em Wuhan, além de um apoio internacional "robusto".
Coronavírus no Brasil e no mundo
Hoje mais cedo, o Ministério da Saúde brasileiro atualizou os dados sobre coronavírus e descartou um caso suspeito em Minas Gerais. Com isso, o número de casos no Brasil é de 12 suspeitos e 10 descartados.
Os casos estão divididos entre os estados do Ceará (1), Paraná (1), Rio Grande do Sul (2), Santa Catarina (1) e São Paulo (7).
Em razão do avanço da doença pela China (onde há a maior parte dos casos) e no mundo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou ontem (30) emergência sanitária global.
Hoje, a Embaixada da China no Brasil informou que, segundo os dados mais atualizados do governo chinês, os números de casos suspeitos e de mortes já são maiores. A representação diplomática informou haver:
- 15.238 casos suspeitos na China;
- 9.830 casos confirmados na China;
- 203 mortes na China;
- 218 curados na China;
- Registro do coronavírus em 22 países, considerando que Taiwan não conta como país independente, com 123 casos confirmados.
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