Laboratórios do Exército vão ampliar produção de cloroquina, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que os laboratórios e químicos e farmacêuticos do Exército brasileiro ampliarão sua produção de cloroquina — substância utilizada contra malária e que apresentou alguns resultados positivos no combate ao novo coronavírus.
Apesar destes resultados, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já informou que não existem estudos concretos sobre a eficácia da cloroquina em relação à covid-19, doença desencadeada a partir do vírus.
"Apesar de promissores, não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da Covid-19. Portanto, não há recomendação da Anvisa, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus", diz um comunicado da agência divulgado na última quinta-feira (19).
Ontem, a operadora de saúde Prevent Senior afirmou que iniciou um protocolo de pesquisa para testar a substância em pacientes que foram diagnosticados com a covid-19, conforme revelado pela Folha.
Hoje, Bolsonaro se reuniu com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, para discutir o assunto. "Decidimos que os laboratórios químicos e farmacêuticos do Exército devem ampliar imediatamente a produção desse medicamento", afirmou o presidente em um vídeo publicado nas suas redes sociais.
Os debates em relação à cloroquina e à hidroxicloroquina passaram a se intensificar quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, falou sobre a suposta eficácia da substância em relação ao novo coronavírus.
A partir da afirmação de Trump, foi dada a largada da busca pelos medicamentos que continham a cloroquina, ou a hidroxicloroquina, nas farmácias brasileiras. No Rio de Janeiro, por exemplo, houve relatos de escassez destes remédios.
A substância, utilizada também no combate a doenças como artrite, lúpus eritematoso e doenças fotossensíveis, tem mesmo se mostrado eficaz no combate à doença e já é alvo de mais de 20 pesquisas ao redor do mundo.
No entanto, o uso da droga não é recomendado pela Anvisa ou por médicos —pois a eficácia e a segurança não são garantidas. Além disso, a compra sem indicação médica gera outro problema sério: a falta do medicamento para pacientes que realmente precisam dele.
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