Fiscalização da Saúde não tem fundamento, diz presidente da Prevent Senior
Resumo da notícia
- Presidente da rede Prevent Senior questiona críticas do Ministério da Saúde
- Para o empresário, as fiscalizações na rede não têm fundamento
- O presidente da explicou os áudios sobre a covid-19 vazados em março
- A mãe do empresário está sendo tratada com cloroquina
O presidente da rede de hospitais Prevent Senior, Fernando Parrillo, afirmou que a fiscalização do ministério da Saúde não tem nenhum fundamento e que os protocolos da rede estão servindo de referência para outros países no combate ao novo coronavírus.
A empresa é responsável pela operação dos hospitais Santa Maggiore e das unidades especializadas da Prevent Senior.
As declarações de Parrillo foram feitas durante uma entrevista à rádio Bandeirantes, nesta manhã. Além das afirmações, o presidente da Prevent Senior também disse que o hospital foi o primeiro a seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) no país, mesmo tendo registrado 79 mortes pela covid-19.
Áudios vazados
No início de março, três áudios atribuídos ao presidente da rede tomaram grupos de WhatsApp. Nos áudios foram ditas frases alarmistas e dados incorretos sobre a real situação do país diante da covid-19. Parrillo confirmou que dois áudios eram dele e um terceiro era de seu irmão.
"É uma falta de responsabilidade gigantesca. Pessoal tá achando que é brincadeira esse troço. Vai ficar todo mundo doente ao mesmo tempo. Tá uma operação de guerra", foi uma das frases ditas no áudio.
Ele explicou que a mensagem era destinada a um grupo de amigos e que os dados foram passados de maneira informal. "Estamos falando de três áudios. Dois foram feitos por mim na ordem cronológica e um áudio foi feito pelo meu irmão".
"No domingo vi que meus amigos da comunidade da Mooca, da qual eu faço parte, estavam numa festa de 15 anos e aquilo me deixou maluco, esse foi um áudio. Depois eu fiz um particular com meu amigo, que é o Rafa", concluiu.
Críticas de Mandetta
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, classificou a Prevent Senior como epicentro da epidemia no Brasil. Como defesa, Parrillo disse que a rede foi a primeira no país a seguir as recomendações da OMS e que, antes do primeiro caso no Brasil, "os nossos pesquisadores e cientistas já estavam em contato" com autoridades de outros países afetados.
Quando foi questionado sobre possíveis erros em sua equipe, ele respondeu que "não só garanto, como afirmo" que os erros não existiram e continuou: "porque tanto município quanto estado foram fazer a fiscalização e não houve nenhum apontamento".
As críticas à fiscalização continuam:
"Me gera um certo espanto que, numa pandemia como essa, onde todos os profissionais deveriam estar focados em combater o coronavírus, [estejam] descolocando profissionais para fazer fiscalização sem fundamento nenhum, sem conhecimento de causa."
- Fernado Parrillo, CEO da Prevent Senior
Durante a entrevista, o empresário contou que uma fiscalização estava acontecendo naquele momento.
Mãe e cloroquina
A mãe do empresário foi uma das primeiras vítimas da covid-19 no Brasil e também uma das primeiras a receber o tratamento experimental com a cloroquina.
Parrillo lamenta o fato de a mãe ter recebido o medicamento "tarde". Ele explica que existe um momento exato durante o tratamento para que a cloroquina faça efeito, "infelizmente ela não pegou no dia certo".
O empresário afirma que o governo demorou para aprovar o uso do medicamento no país, porém, ainda não foi comprovado definitivamente a eficácia do tratamento.
"Foi um parto fazer com que esse medicamento fosse aprovado no Brasil, então nós aprendemos também que existe um momento exato para você entrar com a cloroquina", disse.
Já perto de concluir a entrevista, Parrillo falou sobre as mortes registradas em sua rede. Segundo ele, "os óbitos que nós temos eram pessoas que obviamente iriam sofrer esse óbito, não talvez agora, mas num curto espaço de tempo, porque são pessoas de muita idade, com vários problemas e a doença é muito agressiva.
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