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RJ registra morte de agente penitenciário e outros 4 infectados por covid

Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ) - Rodrigo Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo
Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ) Imagem: Rodrigo Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

16/04/2020 13h57

O sistema prisional do Rio de Janeiro registra cinco casos de agentes penitenciários infectados pelo coronavírus. Um dos contaminados por covid-19 morreu na última segunda-feira (13), de acordo com a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária), mas o exame que revelou a causa da morte foi informado hoje.

Sobre as quatro vítimas infectadas, a secretaria informa que uma delas está internada em estado grave, enquanto as outras três cumprem isolamento doméstico. Duas das vítimas estavam lotadas no Complexo de Gericinó, na zona oeste da capital fluminense. O local de trabalho dos demais não foi informado.

De acordo com o órgão, nenhum deles teve contato direto com detentos desde o início da pandemia do coronavírus, declarada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) no dia 11 de março. Até o momento, a Seap não confirma infecções de presos.

Ontem, a Secretaria da Saúde do governo de Wilson Witzel (PSC) solicitou ao Ministério da Saúde seis kits de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) para o Complexo de Gericinó. O pedido, no entanto, ainda não foi respondido pelo Governo Federal, conforme informou a CNN Brasil.

No total, 121 profissionais da Seap estão afastados do serviço por questões médicas ou por integrar o chamado "grupo de risco" para o coronavírus. Todos eles tiveram licenças deferidas pela Secretaria de Saúde depois de terem sido submetidos a exames médicos.

Todas as 51 unidades prisionais, além do prédio onde fica a sede da Seap estão utilizando os termômetros infravermelho, cujo objetivo é realizar a medição da temperatura dos servidores e detentos.

A notícia das mortes foi recebida pela Comissão de Direitos Humanos da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). A precoupação da deputada Renata Souza (PSOL), que preside a comissão, é que a população carcerária seja afetada em breve pelo coronavírus.

"Não podemos permitir que o sistema prisional se torne incubadora do covid-19. Afinal, se isso acontecer sabemos que são grandes as chances de centenas de pessoas morrerem antes mesmo de ter acesso a um médico. Não teremos controle. O sistema prisional é um ambiente propício à proliferação veloz do coronavírus. Além da superlotação em celas insalubres, fatores como má alimentação, sedentarismo e fragilidade emocional, visto que as taxas de suicídio em presídio são quadruplicadas, formam uma combinação perigosa e condições perfeitas a proliferação do covid 19", ressalta a deputada que pretende requerer informações sobre os números de infecções entre presos.