Projeto mapeia doações de EPIs a hospitais públicos; saiba como ajudar
Resumo da notícia
- ProtegeBR mapeia ações independentes e funciona como ponte entre as iniciativas, as secretarias de saúde e pessoas dispostas a se voluntariar
- A proposta é articular a sociedade civil e organizar uma rede de apoio aos profissionais de saúde no combate à covid-19
- Até o momento, a plataforma registra 183 iniciativas espalhadas pelo Brasil
- A escassez de EPIs nos hospitais tem sido registrada pela Associação Médica Brasileira (AMB), que já recebeu 3,4 mil denúncias do tipo
Um projeto reúne iniciativas para doações de equipamentos de proteção individual (EPIs) a hospitais, em meio à escassez desses materiais durante a pandemia do novo coronavírus. A plataforma ProtegeBR mapeia ações independentes em todo o Brasil e funciona como ponte entre as iniciativas, as secretarias de saúde e qualquer pessoa disposta a se voluntariar ou doar matéria-prima.
A proposta é articular a sociedade civil e organizar uma rede de apoio aos profissionais de saúde no combate à covid-19. Quem tiver impressoras 3D contribui produzindo os EPIs; quem não tiver pode ajudar com doações em dinheiro ou trabalho voluntário junto às iniciativas.
"De um lado nós damos visibilidade, e de outro também queremos promover para agilizar o trabalho destes grupos, para que as coisas ganhem escala. Cada ação é muito relevante, a atuação micro é importante, mas este problema [da covid-19] é do país todo. Então temos que conectar as pontas", explica Gabriela Agustini. Ela é fundadora e diretora executiva do Olabi, uma organização social que visa à democratização de novas tecnologias e idealizou o ProtegeBR.
Até o momento, a plataforma registra mais de 200 iniciativas espalhadas pelo Brasil. Estão mapeadas ações de todos os tipos e tamanhos. O Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), por exemplo, criou uma rede nacional para fazer a manutenção de ventiladores pulmonares quebrados. Já o Projeto Arrastão atua junto a famílias em situação de pobreza no bairro do Campo Limpo, em São Paulo, e por lá tem produzido protetores faciais (os chamados "face shields") para doar a hospitais.
"Vimos uma reportagem na TV sobre um exemplo em Brasília e pensamos se poderíamos experimentar a produção de face shields aqui", conta Katya Delfino, coordenadora institucional do Projeto Arrastão. "Desenvolvemos um protótipo, com as certificações e os padrões necessários, e mandamos ao Hospital do Campo Limpo. Eles testaram e aprovaram", diz.
Com o sinal verde, a ONG passou a produzir esse equipamento. Boa parte da linha de produção é de pedagogos da organização, que estavam ociosos por causa das restrições da quarentena. Foram fabricados 10 mil protetores faciais na metade do tempo previsto, por isso a meta foi triplicada para 30 mil unidades. 19 hospitais e 26 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) já foram beneficiados, alcançando mais de 26 mil profissionais de saúde na Grande São Paulo.
Escassez de EPIs
A escassez de EPIs nos hospitais tem sido registrada pela Associação Médica Brasileira (AMB), que já recebeu 3,4 mil denúncias do tipo. Os relatos mais comuns são de falta de máscaras de proteção (presente em 86% das denúncias), protetores faciais (68%) e aventais cirúrgicos (65%). Mais de um terço do total de denúncias é do estado de São Paulo, principal foco de contaminação pelo novo coronavírus no Brasil.
Segundo o ProtegeBR, a situação é ainda pior no caso de equipamentos mais complexos, como os respiradores. Em condições normais, esses equipamentos são produzidos com peças provenientes de outros países e exigem maquinário e mão-de-obra especializados. Nesta pandemia, a alternativa apontada pela plataforma é democratizar o acesso a essa tecnologia, que pode ser desenvolvida no Brasil a baixo custo. Já os EPIs, como protetores faciais, podem ser criados por pequenas empresas e até quem tem impressora 3D em casa.
O projeto nasceu quando Gabriela Agustini notou que havia diversas iniciativas neste sentido, de atuação nesta pandemia. Cada vez mais pessoas mostravam interesse em produzir equipamentos de proteção para doação, e ela se dispôs a conectar as diferentes ações. "Eu recebia muitas mensagens: uma pessoa pedia um arquivo, outra perguntava como fazia, outra queria organizar uma iniciativa na própria cidade", conta.
Com o tempo, o volume de trabalho tornou natural a criação de uma ferramenta de convergência das iniciativas. "Passando as informações, percebi que nossa vocação neste processo era não tanto ser um ponto de produção, mas um organizador de informações para juntar as pontas", explica Agustini. Com o site no ar, o próximo passo é acompanhar e dar suporte às iniciativas.
Como ajudar
A ProtegeBR (protegebr.org) disponibiliza as redes sociais e os telefones dos responsáveis por cada ação mapeada, assim qualquer pessoa pode entrar em contato e saber como contribuir. No caso do Projeto Arrastão, por exemplo, o preço de custo de cada protetor facial é de R$ 10: as doações podem ser feitas no site da ONG, em uma conta criada especificamente para a campanha.
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