Bolsonaro elogia ministro interino da Saúde e não cita mortes no Brasil
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) elogiou o ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello, e disse que irá mantê-lo no cargo por enquanto. A afirmação foi feita em entrevista realizada na noite de hoje pelo jornalista Magno Martins, por meio das redes sociais.
"Por enquanto deixa lá o general Pazuello, é um gestor de primeira linha. Graças a ele tivemos as Olimpíadas no Rio de Janeiro. O que saiu [o ex-ministro Nelson Teich] continua meu amigo, deu a coletiva sem problema nenhum, gosto dele. Estou quase apaixonado por ele. Ele achou com muita dignidade [que deveria sair], continua sendo meu amigo, me deu um abraço. Ele liga lá, conversa com o Pazuello para dar informações, tudo sem aparecer. Diferentemente do anterior [Luiz Henrique Mandetta] que está lá criticando", disse ele.
Bolsonaro não citou o levantamento apresentado pelo Ministério da Saúde no final da tarde de hoje, que aponta que o Brasil teve pela primeira vez mais de mil mortes em um dia em decorrência do novo coronavírus. Nas últimas 24 horas, foram contabilizados 1.179 óbitos pela doença, média de uma a cada 73 segundos.
Pego de surpresa pelo pedido de demissão de Nelson Teich na última sexta-feira, Pazuello foi indicado como secretário-executivo para coordenar a área logística do ministério na resposta à pandemia do novo coronavírus por recomendação da ala militar do governo.
Nesta segunda-feira, o ministro interino participou por videoconferência da 73ª Assembleia Mundial da Saúde e disse que o Brasil está ajustando os protocolos de combate à covid-19 com base em evidências.
Segundo informações da agência Reuters, o secretário-executivo tinha a torcida da ala militar do governo para permanecer à frente da pasta, mas o comando das Forças Armadas avalia que é uma posição difícil para os militares, em meio a uma epidemia, e preferiam que Pazuello não ficasse de forma permanente.
Após a saída de Teich, o Ministério da Saúde informou na noite de sexta-feira que estava finalizando novas orientações para assistência de pacientes com covid-19 visando "iniciar um tratamento antes do seu agravamento e necessidade de utilização de UTI", que inclui a ampliação do uso da cloroquina.
Candidatos
Candidatos ao posto não faltam. Pelo menos cinco nomes têm sido ventilados nesse momento no Palácio do Planalto. Além da oncologista Nise Yamaguchi, autora de um protocolo de uso da cloroquina associada com azitromicina no início dos sintomas da Covid-19 —que Bolsonaro quer adotar—; o deputado Osmar Terra (MDB-RS); o vice-almirante Luiz Froes, diretor de Saúde da Marinha; o presidente da Anvisa, Antonio Barra Flores; e Ítalo Marsili, pupilo de Olavo de Carvalho.
De todos os nomes, Marsili é o que assessores presidenciais preferem evitar, mas é ele quem tem apoio dos grupos bolsonaristas na internet. O médico, que afirma ser psiquiatra, já defendeu temas como cura de pedofilia com uso de prostitutas e apresenta uma suposta terapia "contra o vitimismo" mas, como mostrou o portal Metrópoles —em informação confirmada pela Reuters— Marsili não tem registro de psiquiatra no Conselho Federal de Medicina.
*Com informações da agência Reuters
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