Falta de medicamento e pós-pandemia trarão 'tempos difíceis', diz Mandetta
Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, avalia que o caos no sistema público de saúde não chegará ao fim quando a pandemia do novo coronavírus acabar. Para ele, falta de insumos médicos e o agravamento de outras doenças trarão "tempos difíceis".
Mandetta disse, em entrevista ao colunista do UOL Tales Faria, que "tudo foi jogado para posteriori", doenças raras, transplantes de órgãos, doenças infecciosas, vacinas, entre outros.
"São tantas mudanças [após o coronavírus] que eu posso falar de algumas que virão como consequência da saúde, mas são ondas e mais ondas. Algumas pessoas vão superar e outras serão superadas pelo pós-coronavírus. Serão tempos muito difíceis", disse.
O ex-ministro lembrou que a cloroquina "não é o melhor dos mundos" e lembrou que o medicamento é só mais uma das opções de combate ao novo coronavírus, entre outras que existem e ainda vão surgir.
"Como não temos um medicamento desenvolvido para o combate ao vírus, estamos experimentando cloroquina nas pessoas, vendo qual é a reação do organismo. Isso não é o melhor dos mundos, não consegue comprovar eficiência do medicamento e gera efeitos colaterais. Cloroquina é só mais uma das [opções]. Teve polemica porque foi uma das primeiras que verbalizaram", disse. "Veremos muitas vacinas, uma corrida danada, mas no final a gente vai vencer porque a sociedade tem histórico de vitórias contra o vírus".
*Participaram desta produção Arthur Sandes, Emanuel Colombari, Gustavo Setti, Mariana Gonzalez e Diego Henrique de Carvalho.
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