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Covid-19: Jovens que trabalham fora são os mais infectados em SP, diz Covas

De acordo os dados, a covid-19 atinge principalmente jovens que precisam sair para trabalhar diariamente  - BRUNO ROCHA/ESTADÃO CONTEÚDO
De acordo os dados, a covid-19 atinge principalmente jovens que precisam sair para trabalhar diariamente Imagem: BRUNO ROCHA/ESTADÃO CONTEÚDO

Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

13/08/2020 12h30

Os jovens das classes D e E que estão desempregados ou que precisam trabalhar fora de casa são os mais infectados pelo novo coronavírus na cidade de São Paulo. A informação é da prefeitura, que apresentou hoje os resultados da Fase 3 de seu Inquérito Sorológico, uma visitação realizada por agentes de saúde a moradores da capital.

Segundo a pesquisa, quem está em "teletrabalho" — trabalhando em casa — tem apenas 6,2% de chances de contrair covid-19. Esse número salta para 12,7% entre os desempregados e para 18,5% entre quem precisa sair de casa todos os dias para trabalhar.

E esses infectados são jovens. "A maior prevalência é entre de 18 a 34 anos", afirmou o prefeito da cidade, Bruno Covas (PSDB). Quem está nessa faixa etária tem 17,7% de chance de acabar infectado. É seguido por pessoas entre 35 e 49 anos (10,6%) e por quem tem mais de 65 anos (6,8%).

"Ressaltar a importância de conscientizar os nossos jovens", disse o prefeito, que citou "pancadões e festas irregulares" frequentados por eles. "Também é a faixa etária de quem sai de casa para trabalhar."

"Quem trabalha fora se expõe e quem está desempregado sai em busca de trabalho", completou a secretária adjunta de Saúde, Edjane Torreão.

Pobres são mais infectados

A doença afeta três vezes mais a população que pertence às classes D e E (14,3%) do que aos das classes A e B (4,7%). Os pretos e pardos têm 14,8% de chances de se infectar em comparação aos brancos (8,1%). Quem chegou ao ensino superior tem apenas 4,8% de chance de terminar com covid-19, percentual que sobe para 12,2% entre quem nunca estudou.

"A população na fase jovem, a escolaridade e o perfil sócio demográfico estão associados às infecções", afirmou Edjane. "A raça preta e parda são os mais pobres e estão mais suscetíveis a se contaminar."

Ela disse, no entanto, "que 90% das pessoas estão usando máscara", "mantendo os níveis estáveis de imunização na cidade". Segundo a pesquisa, cerca de 1,3 milhão de pessoas já se contaminaram e possuem anticorpos para covid-19 na capital até o dia 6 de agosto, o equivalente a 11% da população.

Na Fase 3 foram realizadas 2.532 coletas em adultos acima de 18 anos. Nessa amostra, a taxa de infecção por SARS-COV-2 no município ficou em 10,9% da população analisada.

"São números que estatisticamente significam uma estabilidade da doença na cidade de São Paulo. Apesar de dois meses de reabertura e flexibilização de atividade econômica, a gente mantém os mesmos índices de prevalência", afirmou o prefeito.

Dentre o universo de todos os infectados, 40% não apresentaram sintomas.