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Morre bebê de seis meses queimada em banho de 50ºC em hospital do RJ

Hospital Municipal Getulinho, em Niterói (RJ) - Divulgação
Hospital Municipal Getulinho, em Niterói (RJ) Imagem: Divulgação

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

28/08/2020 18h07

Mais de uma semana após ser queimada em um banho de 50ºC, a bebê Juliana dos Santos, de seis meses, morreu na tarde de hoje no Hospital Getúlio Vargas Filho, conhecido como Getulinho, em Niterói, na região metropolitana do Rio.

A bebê foi internada na unidade para tratar uma pneumonia. Juliana já havia contraído meningite e desenvolveu um quadro de microcefalia em virtude da doença.

No último dia 20, a menina foi submetida a um banho a 50ºC, dentro da unidade de saúde, o que provocou queimaduras nos pés, nas pernas, na região genital e em parte da barriga. A paciente precisou ser sedada e entubada. O quadro de saúde dela era considerado grave, porém estável. Nesta sexta-feira, a Polícia Civil do Rio confirmou a morte da bebê.

De acordo com o delegado que investiga o caso, Luiz Jorge Rodrigues, a técnica de enfermagem responsável pelo banho prestou depoimento e assumiu que a água acabou esquentando muito. A profissional, que iria responder por lesão corporal culposa, agora será indiciada por homicídio culposo qualificado.

"As queimaduras foram provocadas por um banho quente. Um médico atestou isso no mesmo dia. Agora, a profissional responderá por homicídio culposo", disse o delegado, que espera concluir as investigações em breve.

A criança teve 38% do corpo queimado. A Polícia Civil apura ainda o motivo da demora do hospital em comunicar o fato às autoridades. A diretora da unidade é investigada e pode responder por prevaricação, condescendência criminosa ou não comunicação de crime, por não ter acionado a polícia.

A família da menina contou ao UOL que a criança era acompanhada pela mãe durante a internação. No dia do banho quente, a mãe retornou para a casa da família para tomar banho e, ao retornar à unidade, encontrou a filha enfaixada.

O pai, Jefferson dos Santos, ainda acusou o hospital de demorar a entregar o prontuário da criança para que a família fizesse um boletim de ocorrência.

Procurado, o hospital Getulinho lamentou o ocorrido e disse, na ocasião, que abriu uma sindicância para apurar o caso. A funcionária responsável pelo banho foi afastada.