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Covid-19: cientistas indianos criam teste rápido e acessível

Teste, Covid-19, Índia - Imagem: Manoej Paateel/Shutterstock
Teste, Covid-19, Índia Imagem: Imagem: Manoej Paateel/Shutterstock

Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

05/10/2020 15h19

Um grupo de cientistas na Índia desenvolveu um teste para a covid-19 que pode deixar o acesso ao diagnóstico do vírus mais fácil. Chamado de "Feluda" em homenagem a um famoso personagem indiano, o exame é feito a base de papel e tem um uso similar ao do teste PCR.

"É um teste simples, preciso, confiável e modesto", resumiu o professor K Vijay Raghavan, assessor científico do governo da Índia, em entrevista à BBC.

O Feluda baseia-se em uma tecnologia de edição de genoma que detecta o vírus. A tecnologia, chamada de Crispr, processa a informação e, se detecta um gene com o vírus, ressalta duas linhas azuis no papel. Caso o resultado seja negativo, apenas uma linha azul é mostrada. O Feluda foi aprovado para uso comercial pela Controladoria Geral de Drogas da Índia, departamento que aprova licenças de medicamentos.

As pesquisas foram realizadas no Instituto de Genoma e Biologia Integrada em Delhi, capital da Índia e cerca de 2 mil pacientes foram testados. O exame mostrou uma taxa de precisão de 96% nos testes positivos e 98% nos testes negativos. Os kits conseguem resultado em menos de uma hora e custam 500 rúpias, o que equivale a cerca de 38 reais.

"Nossa tentativa pode ser um verdadeiro ponto de mudança na testagem para que os exames não sejam limitados por máquinas e mãos humanas", falou o Debojyoti Chakraborty, líder do grupo de desenvolvimento do Feluda, ao site inglês. "A Índia tem a chance de mostrar o valor deste teste porque tem uma população grande e ele está chegando bem no momento em que mais se precisa. Se a eficácia for comprovada, pode beneficiar o mundo inteiro", ele concluiu.

A Índia no último sábado ultrapassou a marca de 100 mil mortes e viu a pandemia crescer de forma acelerada no mês de setembro. Já são mais de 6 milhões de infectados no país asiático, que vem tendo dificuldade em testar sua população.