Assim como Coronavac, vacina de Oxford também chegou a ser interrompida
A interrupção dos estudos de uma vacina em desenvolvimento contra a covid-19, assim como aconteceu ontem com a Coronavac, não é novidade em meio à corrida pelo imunizante.
A vacina de Oxford, desenvolvida em colaboração com o laboratório AstraZeneca e testada em diversos países —entre eles, o Brasil— também já teve as testagens suspensas temporariamente. Após uma paralisação de cerca de cinco dias, os estudos foram retomados.
A interrupção dos testes da vacina de Oxford aconteceu em setembro deste ano, durante o estudo da fase 3 do imunizante, após um dos voluntários da testagem ter sofrido um episódio de reação adversa no Reino Unido. O voluntário teve sintomas de mielite transversa, uma inflamação da medula espinhal, e recebeu alta do hospital após alguns dias internado.
À época, a universidade de Oxford afirmou ser esperado que, em testes de eficácia, alguns participantes apresentem efeitos colaterais —que devem ser avaliados caso a caso. De acordo com a universidade, uma revisão independente, feita por um comitê internacional, concluiu que a reação apresentada pelo voluntário não teria necessariamente relação com a vacina, o que possibilitou a retomada dos estudos.
As testagens da vacina também chegaram a ser interrompidas no Brasil. A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), responsável pelas pesquisas no país, informou que não havia registros de intercorrências graves de saúde até então.
No fim de outubro, um voluntário brasileiro que participava dos testes clínicos da vacina de Oxford morreu por complicações da covid-19. O homem não havia recebido a vacina, mas, sim, um placebo. Nesta ocasião, os testes não foram interrompidos.
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), um comitê internacional de avaliação de segurança recomendou a continuidade dos estudos.
Suspensão da Coronavac
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou, na noite de ontem, a suspensão dos testes da Coronavac devido a um "evento adverso grave" registrado no dia 29 de outubro.
Ainda não foi informado qual foi, exatamente, o problema observado. Entre os possíveis "eventos graves" listados pela agência, estão: morte, anomalia e internações prolongadas.
Também não se sabe se existe relação entre o "evento adverso grave" e o imunizante. O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que um evento relacionado a um fator externo suspendeu os testes com a Coronavac, mas que ele não está ligado à vacina. Segundo o secretário, o imunizante tem se mostrado seguro até o momento.
A Coronavac é desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo. O governador João Doria (PSDB) tem apostado no imunizante para controlar a pandemia.
Possíveis adversários na corrida eleitoral pela Presidência da República, em 2022, Doria e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) têm travado embates no que diz respeito a medidas de controle da pandemia e também sobre a vacina.
Hoje, o presidente afirmou, em publicação nas redes sociais, que ganhou "mais uma" após a Anvisa suspender os testes da Coronavac.
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