Festas clandestinas responderão criminalmente, diz governo de SP
A alta no número de casos e internações por covid-19 no estado de São Paulo foi impulsionada nas últimas semanas pela volta de festas com aglomerações, de acordo com avaliação de autoridades da área da saúde. O secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, disse que o governo paulista intensificou as fiscalizações e que os organizadores desses encontros serão responsabilizados criminalmente.
"O serviço de vigilância sanitária continua não só fazendo inspeções, como autuando. Esse final de semana tivemos os parques Villa-Lobos e Ibirapuera que foram autuados por aglomerações. Assim como festas, que, de forma aberrante, já compunham mais de mil integrantes, foram fechadas", disse Gorinchteyn durante entrevista coletiva do governo na sede do Instituto Butantan, em São Paulo.
"Todos os organizadores foram autuados e foi aberto BO (boletim de ocorrência) porque pessoas não vão mais responder só de forma civil, mas criminal, porque em festas como essa tem disseminação do vírus, e colocam em risco a nossa população", acrescentou o secretário.
O secretário afirmou que muitas festas são organizadas na internet e o local é divulgado nas redes sociais poucas horas antes do começo, o que dificulta o trabalho. Por este motivo ele defende parcerias com a segurança pública.
"Dessa maneira precisamos utilizar de pessoas inseridas nesses grupos para que fomentem informações. Foi dessa forma que conseguimos debelar a ocorrência de festas irresponsáveis no meio de uma crise sanitária que mata pessoas. Estamos fazendo isso com integração plena das polícias e guardas civis. É dessa forma que essas festas podem ser banidas."
Alta nas internações
O infectologista David Uip, que coordenou o Centro de Contingência da covid-19 em São Paulo no início da pandemia, afirmou, na mesma entrevista, que vem observando uma pressão crescente sobre os hospitais privados, com o aumento de casos de contaminação pelo novo coronavírus no estado. Para Uip, os jovens são os principais culpados pelo aumento dos casos.
"Nos hospitais privados que eu trabalho tem aumentado a pressão pela internação. Populações que estavam escondidas voltaram [a circular] e estão se contaminando, especialmente os jovens. Foram às festas grandes, tenho notícias de festas de 500 pessoas. A maioria [dos jovens] fica com doença leve, mas contamina pais e avós", explicou Uip.
A plataforma da Fundação Seade, usada pelo governo estadual para controle dos números da pandemia, informa que 47,4% dos leitos de UTI exclusivos para covid-19 estão ocupados no estado. No caso das enfermarias, a taxa fica em 37,6%.
Na capital, o boletim diário de acompanhamento da pandemia da prefeitura, na sexta-feira passada (20), informou que a taxa de ocupação dos leitos de UTI exclusivos para a covid-19 estava em 50% —um aumento de 14 pontos percentuais em relação à semana anterior.
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