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Sem dados de GO e RO, Brasil tem 501 óbitos em 24 h e volta à estabilidade

Brasil ultrapassou a marca de 6,2 milhões de casos de covid-19 desde o início da pandemia - Tarso Sarraf/Estadão Conteúdo
Brasil ultrapassou a marca de 6,2 milhões de casos de covid-19 desde o início da pandemia Imagem: Tarso Sarraf/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/11/2020 19h01Atualizada em 27/11/2020 20h47

Após 12 dias de tendência de aceleração na média móvel de mortes, o Brasil voltou ao patamar de estabilidade nesta sexta-feira (27). Foram 501 mortes nas últimas 24 horas, com uma média de 477 na última semana. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.

Ao todo, o país já registra 171.998 óbitos causados pela doença desde o início da pandemia. Goiás e Rondônia não conseguiram registrar dados sobre a doença. As secretarias de Saúde dos dois estados falaram em dificuldades no acesso ao sistema do Ministério da Saúde.

Em nota, a Secretaria de Saúde de Goiás informou que os municípios "relatam instabilidade dos sistemas no momento de preenchimento das fichas de notificação". O órgão também afirmou que "apura os motivos dessa situação junto ao Ministério da Saúde". Já a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), de Rondônia, disse que "uma instabilidade no servidor do Ministério da Saúde (Datasus) está impedindo a extração dos dados."

No início deste mês, alguns estados também passaram por dificuldades para atualizar seus dados junto ao Ministério —casos de Amazonas, Amapá, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Roraima e Paraná.

Houve 33.506 novos casos de covid-19 em todo o país de ontem para hoje. Desde o começo da pandemia, foram registrados 6.238.076 testes positivos para a doença no Brasil.

Dados da Saúde

O Ministério da Saúde divulgou hoje que o Brasil registrou 514 novas mortes provocadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, o país teve 171.974 óbitos causados pela doença.

De ontem para hoje, houve 34.130 diagnósticos positivos para o novo coronavírus em todo país. O total de infectados desde o começo da pandemia subiu para 6.238.350.

Segundo a pasta, 5.536.524 pessoas se recuperaram da covid-19, com outras 529.852 em acompanhamento.

Brasil volta à estabilidade na média móvel de mortes

Os dados do consórcio de veículos de imprensa indicam que, com a média de 477 mortes nos últimos sete dias, o Brasil teve uma variação de -2% com relação ao mesmo período de duas semanas atrás, o que indica estabilidade da média de óbitos.

Entre as regiões, Centro-Oeste (-47%) foi a única a apresentar queda, enquanto as demais tiveram estabilidade: Nordeste (2%), Norte (6%), Sudeste (2%) e Sul (14%).

Sem contar Rondônia e Goiás, oito estados apresentaram tendência de alta, enquanto nove e o Distrito Federal tiveram queda. Sete foram os estados em estabilidade.

É importante ressaltar, entretanto, que as altas em alguns estados podem ser explicadas pelo apagão de dados que o país viveu no início de novembro —citado no início desta reportagem. No dia 6, a plataforma de registro de mortes por covid-19 do Ministério da Saúde começou a apresentar problemas. Diversos estados relataram dificuldades.

O estado de São Paulo foi um dos mais afetados, ficando sem divulgar mortes por cinco dias consecutivos. Nos próximos dias, esse problema no sistema deverá impactar os percentuais de tendência de alta, estabilidade ou queda nos estados afetados e também na tendência nacional.

Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.

O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: aceleração (56%)

  • Minas Gerais: estável (-13%)

  • Rio de Janeiro: aceleração (35%)

  • São Paulo: estável (-13%)

Região Norte

  • Acre: aceleração (22%)

  • Amazonas: aceleração (52%)

  • Amapá: queda (-31%)

  • Pará: estável (8%)

  • Rondônia: queda (-26%) *O estado não divulgou dados de mortos até às 20h de hoje

  • Roraima: queda (-36%)

  • Tocantins: queda (-52%)

Região Nordeste

  • Alagoas: queda (-20%)

  • Bahia: estável (0%)

  • Ceará: aceleração (84%)

  • Maranhão: estável (4%)

  • Paraíba: estável (-4%)

  • Pernambuco: estável (10%)

  • Piauí: queda (-25%)

  • Rio Grande do Norte: queda (-50%)

  • Sergipe: aceleração (22%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: queda (-21%)

  • Goiás: queda (-48%) *O estado não divulgou dados de mortos até às 20h de hoje

  • Mato Grosso: queda (-69%)

  • Mato Grosso do Sul: queda (-24%)

Região Sul

  • Paraná: queda (-26%)

  • Rio Grande do Sul: aceleração (24%)

  • Santa Catarina: aceleração (117%)

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.