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Covid: Brasil se aproxima de 177 mil mortes; Sul e NE têm alta na média

Mister Shadow/Estadão Conteúdo
Imagem: Mister Shadow/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo*

06/12/2020 18h42Atualizada em 06/12/2020 20h52

O Brasil registrou hoje mais 321 mortes causadas pela covid-19 nas últimas 24 horas desde o início da pandemia. Com isso, o número de óbitos provocados pela doença chegou a 176.962. O levantamento foi feito pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.

Ao todo, 17 estados seguem com tendência de aceleração na média móvel de mortes, assim como duas regiões: Sul (69) e Nordeste (21). O Brasil também apresenta tendência de aceleração de óbitos em decorrência da doença: 18%.

Desde o boletim de ontem à noite, o país ainda teve 26.243 novos casos, o que eleva o total de diagnósticos positivos para 6.602.942.

A média móvel de mortes, calculada com base nas mortes diárias dos últimos sete dias, é de 588 —o que representa uma tendência de alta em relação aos últimos 14 dias.

Dados do governo

O Ministério da Saúde divulgou hoje, em seu boletim diário, que o Brasil registrou 313 novas mortes causadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, o número de óbitos provocados pela doença chegou a 176.941.

De ontem para hoje houve 26.363 novos casos de covid-19 no Brasil. O total já alcança a marca de 6.603.540 testagens positivas para o novo coronavírus em todo o país.

Segundo o governo federal, 5.776.182 pessoas se recuperaram da doença, com outras 650.417 em acompanhamento.

Infectologistas preveem 'bomba-relógio' em janeiro

Embora alguns estados brasileiros comecem a anunciar restrições às festas de Natal e Ano Novo para conter a pandemia do novo coronavírus, a medida ainda enfrenta resistência por parte do governo federal e seus apoiadores, que na sexta-feira (4) tornaram popular a hashtag #VaiTerNatalSim.

Para infectologistas ouvidos pelo UOL, a falta de sintonia entre as autoridades acerca das restrições resultará em aumento de infecções e um janeiro complicado.

No Brasil, o estado de São Paulo proibiu Réveillon em bar, restaurante e hotel e recomenda que as celebrações não reúnam mais do que dez pessoas. Em Belo Horizonte, a prefeitura proibiu o consumo de bebida alcoólica em bares, restaurantes e lanchonetes a partir do dia 7 de dezembro. Assim como em São Paulo, Rio Grande do Sul suspendeu as festas de fim de ano.

Em nível federal, no entanto, o silêncio sobre o assunto sugere que o governo deixará as medidas restritivas a cargo dos outros entes da federação, o que é um erro, dizem os infectologistas, consultores da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).

Sul e Nordeste tem alta

Os números do consórcio de veículos de imprensa apontam que duas regiões brasileiras apresentaram tendência de alta na média móvel de mortes: Nordeste (24%) e Sul (69%). Já Centro-Oeste (-14), Norte (9%) e Sudeste (7%) estão estáveis.

Entre os estados, 17 apresentam tendência de aceleração de óbitos. Por outro lado, cinco estados e o DF estão estáveis; já quatro apresentam queda. O Brasil, de modo geral, traz tendência de alta em óbitos: 18%.

Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.

O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: aceleração (22%)

  • Minas Gerais: estável (9%)

  • Rio de Janeiro: queda (-22%)

  • São Paulo: aceleração (34%)

Região Norte

  • Acre: aceleração (50%)

  • Amazonas: queda (-33%)

  • Amapá: aceleração (67%)

  • Pará: estabilidade (5%)

  • Rondônia: aceleração (116%)

  • Roraima: aceleração (42%)

  • Tocantins: aceleração (82%)

Região Nordeste

  • Alagoas: queda (-22%)

  • Bahia: estabilidade (10%)

  • Ceará: aceleração (37%)

  • Maranhão: estável (-4%)

  • Paraíba: aceleração (49%)

  • Pernambuco: estabilidade (34%)

  • Piauí: estável (12%)

  • Rio Grande do Norte: aceleração (147%)

  • Sergipe: aceleração (53%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: estabilização (5%)

  • Goiás: queda (-47%)

  • Mato Grosso: aceleração (30%)

  • Mato Grosso do Sul: aceleração (97%)

Região Sul

  • Paraná: aceleração (106%)

  • Rio Grande do Sul: aceleração (45%)

  • Santa Catarina: aceleração (77%)

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.