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Vacina: Em tom alinhado ao governo, Zema diz que vacinação deve ser federal

Governador mineiro se mostrou contra iniciativas como a de São Paulo, de iniciar vacinação já em janeiro - Uarlen Valério / Estadão Conteúdo
Governador mineiro se mostrou contra iniciativas como a de São Paulo, de iniciar vacinação já em janeiro Imagem: Uarlen Valério / Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

08/12/2020 15h35

O governado de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), demonstrou hoje apoio à estratégia do governo federal de centralizar a campanha de vacinação contra a covid-19. O plano vai de encontro com o que foi anunciado ontem pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que tem a intenção de realizar uma imunização estadual, começando já em janeiro, enquanto o Ministério da Saúde prevê uma campanha nacional em fevereiro ou março.

"Não haverá nenhum município, nenhum estado que será privilegiado no Brasil. A imunização da covid será feita nacionalmente com todos os estados e municípios tendo uma coordenação nacional e uma vacina nacional, o que é justo. Não podemos ter ninguém privilegiado numa questão de saúde", argumentou Zema em entrevista à CNN Brasil.

A declaração veio logo após o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, realizar uma reunião virtual com os governadores para tratar do assunto. Pazuello deixou claro que vai priorizar o PNI (Programa Nacional de Imunização), que pretende vacinar pelo menos 150 milhões de pessoas no ano que vem.

Para a campanha seriam necessárias 300 milhões de doses, já que as vacinas contra a covid-19 consideradas para o PNI precisam de duas doses. No entanto, até agora o governo federal tem um acordo apenas para a aquisição de 100 milhões de doses da vacina de Oxford, desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca e que será produzida no Brasil pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Para as doses que ainda faltam, o Ministério da Saúde tem preterido a CoronaVac, a vacina a ser a aplicada em São Paulo e que é desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Segundo Zema, o imunizante não foi descartado, mas ele repetiu as alegações do governo federal de que a vacina ainda não foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

"Foi discutido com relação a todos os potenciais fornecedores, a CoronaVac e o Instituto Butantan são um deles. Até o momento a Anvisa não aprovou, sequer foi solicitado o registro de fase 3 [dos estudos que comprovam a eficácia] das vacinas de qualquer um dos fornecedores", comentou Zema.

O governador mineiro espera, porém, que a Anvisa abrevie o tempo de aprovação do registro. "Esse processo, que geralmente leva 60 dias, deverá, eu suponho, ser abreviado devido à relevância dessa vacina, para que já em janeiro ou fevereiro a vacinação possa começar", disse.

Zema até deixou em aberto a possibilidade de Minas Gerais adquirir doses da CoronaVac, mas voltou a reforçar que a vacinação teria que ser coordenada pelo governo federal.

"Toda vacinação até hoje no Brasil foi conduzida pelo Ministério da Saúde, de forma que não haja essa interferência econômica ou até mesmo política. Então a vacina do Butantan vai obedecer o mesmo critério das demais, ter uma distribuição nacional, é o que eu suponho", afirmou.