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Ex-ministro da Saúde pede união de ex-presidentes pela vacinação do covid

População brasileira tem apresentado resistência diante da vacinação contra o novo coronavírus - Tatyana Makeyeva/Reuters
População brasileira tem apresentado resistência diante da vacinação contra o novo coronavírus Imagem: Tatyana Makeyeva/Reuters

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

17/12/2020 11h33

O ex-ministro da Saúde e senador, Marcelo Castro (MDB-PI) sugeriu que os ex-presidentes do Brasil e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, se unam em prol da vacinação do Covid-19. Castro não citou Jair Bolsonaro (sem partido) que já declarou que não vai tomar a vacina. As falas aconteceram em uma sessão do Senado que debate a vacinação com a presença de Pazuello.

"O presidente Sarney, o presidente Fernando Henrique, Lula, Dilma, o Michel Temer, o Collor. Eu acho que poderiam também dar o exemplo junto com o ministro da Saúde para mostrar para opinião pública que é necessário para se tirar esse temor", disse Castro em referência aos ex-presidentes.

Ele citou uma pesquisa Datafolha da semana passada que indicou que 22% dos entrevistados disseram que não pretendem se vacinar contra o coronavírus.

A sugestão de Castro é semelhante àquela que aconteceu nos Estados Unidos. No começo do mês, os ex-presidentes americanos George W. Bush, Bill Clinton e Barack Obama se ofereceram para serem vacinados em público e incentivar a vacinação. No EUA a vacinação emergencial começou nesta semana para grupos de risco.

O governo Bolsonaro apresentou ontem o plano de vacinação contra o coronavírus. O presidente mudou o tom e pregou a conciliação. O plano informa que todas as vacinas em desenvolvimento e que estiverem no país serão utilizadas na vacinação, desde que com autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Atualmente, não há nenhum pedido de registro (para uso permanente e comercial) ou emergencial (temporário e para grupos de risco) na Anvisa.

"Nós só temos uma saída, a vacina? E porque não tomamos medidas em tempo hábil, as vacinas estão se escasseando. A Pfizer nos ofereceu a vacina logo no início. Nós nunca respondemos se queríamos ou não. Aí eles venderam para Inglaterra, para os Estados Unidos, para o Canadá, para o México, para o Chile e nós ainda estamos em negociação. Na hora que dissermos "vamos comprar", vão dizer que não tem mais", disse Castro.

O Brasil tem 183 mil mortes pelo novo coronavírus e 7 milhões de infectados. Castro foi ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff (PT) e é médico e professor universitário.