Pazuello inclui CoronaVac entre vacinas no Brasil e cita condições à Pfizer
Do UOL, em São Paulo
06/01/2021 21h25Atualizada em 06/01/2021 22h03
Em pronunciamento em rede nacional na noite desta quarta-feira, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, incluiu a CoronaVac — vacina desenvolvida no Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac — entre as duas vacinas que já têm doses garantidas no Brasil.
O outro imunizante citado pelo ministro é da Fiocruz, em parceria com a Astrazeneca. Pazuello também declarou que o Brasil será exportador de vacinas na América Latina e nomeou as restrições impostas pelo governo brasileiro à Pfizer, cuja vacina já está sendo aplicada em países como Estados Unidos e Reino Unido.
"Temos, hoje, 354 milhões de doses de vacinas asseguradas para 2021, sendo 254 milhões de doses pela Fiocruz em parceria com a Astrazeneca, além de 100 milhões de doses pelo Butantan em parceria com a Sinovac", disse o ministro.
O ministro informou que o ministério está em processo de negociação com os laboratórios Gamaleya (Rússia), Janssen, Pfizer e Moderna (EUA), e Barat Biotech (Índia) para adquirir mais vacinas.
Pazuello declarou, ainda, que o Brasil tem disponíveis hoje cerca de 60 milhões de seringas e agulhas — que, de acordo com o governo, são suficientes para iniciar a vacinação ainda em janeiro.
De acordo com o ministro, o Brasil será exportador de vacinas na América Latina, porque é o único país da região que tem três laboratórios produzindo imunizantes.
Pfizer
Sobre a Pfizer, Pazuello afirmou que o governo federal está negociando com representantes da farmacêutica suas condições para a aprovação da vacina no Brasil — e disse que a empresa tem "imposições que não encontram amparo na legislação brasileira".
Dentre elas, ele citou o fim da isenção de responsabilização civil por efeitos colaterais da vacinação, a manutenção no Brasil do foro de eventuais julgamentos e a criação de um fundo caução para custear possíveis ações judiciais.
Em comunicado enviado ao UOL, a Pfizer declarou que não pode comentar as negociações em curso, e acrescentou: "Afirmamos que as cláusulas que estão sendo negociadas estão em linha com os acordos que fechamos em outros países do mundo - inclusive na América Latina".
Medida Provisória
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assinou hoje uma medida provisória que determina que o Ministério da Saúde será responsável pelo Plano Nacional de Operacionalização de Vacinação contra a Covid-19.
A MP autoriza a compra de insumos e vacinas em fase de desenvolvimento antes do registro sanitário ou da autorização de uso excepcional e emergencial pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
"Asseguro que todos os estados e municípios receberão a vacina de forma simultânea, igualitária e proporcional a sua população. No que depender do Ministério da Saúde e do presidente da República, a vacina será gratuita e não obrigatória", disse Pazuello.