Pesquisadora diz que vacina de Oxford é 70% eficaz na primeira dose
Em breve o Brasil pode começar a aplicar a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca. A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que colaborou com os testes no país, já fez o pedido de uso emergencial. E Sue Ann Costa Clemens, que coordenou esses testes, recomenda que a aplicação das duas doses da vacina sejam mais espaçadas, algo que tem sido feito em outros países. Essa tática gera uma cobertura maior em menos tempo.
"A vacina demonstra uma eficácia de 70% com uma dose, e desde o início nós apostamos que essa era uma vacina de uma dose - para depois darmos apenas um reforço. Nos testes no Reino Unido, demos a segunda dose com um intervalo maior, vacinamos com intervalos de até 12 semanas. Lá, mais de 8 mil pessoas entraram no grupo que recebeu a segunda aplicação após mais de oito semanas", contou Sue Ann em entrevista ao jornal O Globo.
Sue Ann explicou que, no final do ano passado, as informações eram diferentes e mais cautelosas. Mas os estudos continuaram e provaram que um intervalo maior gera eficácia maior. Segundo ela, a resposta cresce com a segunda, atingindo mais de 80% de eficácia. Sue acredita que futuramente o intervalo pode até ser maior, mas ainda é preciso esperar mais estudos para concluir isso.
A outra vacina que já pediu uso emergencial no Brasil, feita pelo laboratório SinoVac em parceria com o Instituto Butantan, também cogita ser aplicada com espaçamento maior entre as doses. Nos estudos iniciais, a maior parte dos voluntários recebeu as vacinações entre duas semanas. Mas ficou provado que isso pode acontecer com quatro semanas de diferença, sem comprometimento ao efeito da vacina.
Atualmente a expectativa é que as duas vacinas sejam analisadas até no máximo o próximo domingo, dia 17 de janeiro. A vacina de Oxford já foi aprovada para uso em sete países: Reino Unido, Índia, México, Marrocos, Argentina, Equador e El Salvador. Mais de um milhão de doses já foram aplicadas. Sue Ann reforçou que o imunizante é seguro e que não há necessidade de ter desconfiança pela rapidez do desenvolvimento.
"A quem tem medo: o melhor é olhar os dados, os fatos. Essa vacina já foi registrada em sete países, e um milhão de doses foram aplicadas no mundo, sem eventos adversos inesperados ou sérios. É uma vacina segura, e que pode ajudar, junto a outras vacinas, a tirar o mundo desse caos. Foi desenvolvida rapidamente, mas com toda qualidade, porque o mundo parou por causa disso, tivemos mais espaço, investimento e oportunidade para trabalhar com mais celeridade do que em outras epidemias", explicou Sue Ann.
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