Decisão na Alemanha não afeta posição da Anvisa, diz pesquisador da Fiocruz
Após a Alemanha recomendar que a vacina de Oxford/Astrazeneca não seja aplicada em pessoas com mais de 65 anos, Julio Croda, pesquisador da Fiocruz afirmou na noite de hoje que a decisão do comitê de vacinas do país europeu "por si só" não deve afetar a posição da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em relação ao imunizante, que já foi aprovado de forma emergencial no país.
"A gente tem que entender se tem algum dado a mais do que foi apresentado na Anvisa, mas a decisão por si só não faz com que a Anvisa reveja sua posição. A justificativa para não incluir pela agência alemã é falta de dados, não baixa eficácia.", explicou o pesquisador em entrevista à GloboNews na noite de hoje.
O pesquisador afirmou que não há "argumentação biológica" que mostre que a vacina pode trazer maior risco para pessoas com mais de 65 anos e disse que o Instituto ficou "surpreso" com a recomendação, principalmente considerando a escassez de opções para imunizantes contra covid-19 no mercado.
"A participação desse grupo populacional [idosos] é pequeno em qualquer estudo pela incidência populacional.", explicou Croda sobre a falta de dados em relação a grupos de idade mais avançada.
Decisão na Alemanha
O comitê de vacinas da Alemanha fez uma atualização recomendando que as vacinas produzidas pela Universidade de Oxford em parceria com a Astrazeneca não sejam aplicadas em pessoas maiores de 65 anos por falta de dados suficientes para esse grupo.
"Atualmente, não há dados suficientes disponíveis para avaliar a eficácia da vacina a partir dos 65 anos de idade", disse o comitê na resolução disponibilizada pelo ministério da saúde alemão. "A vacina AstraZeneca, ao contrário das vacinas de mRNA (Moderna e Pfizer), só deve ser oferecida a pessoas com idade entre 18 e 64 anos em cada estágio", completou.
Em resposta, a farmacêutica britânica AstraZeneca e o primeiro-ministro Boris Johnson defenderam nesta quinta-feira a eficácia da vacina desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford.
Um porta-voz do laboratório ressaltou que "as últimas análises (...) apoiam a hipótese de eficácia da vacina no grupo com mais de 65 anos" e afirmou esperar que a Agência Europeia de Medicamentos aprove o seu uso "no próximos dias"
(Com AFP)
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