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Com 563 mortes por covid-19 em 24 horas, Brasil tem pior média desde agosto

Trabalho médico na UTI Covid do Hospital de Urgências de Guarulhos (SP) - Mister Shadow/Estadão Conteúdo
Trabalho médico na UTI Covid do Hospital de Urgências de Guarulhos (SP) Imagem: Mister Shadow/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

31/01/2021 19h25

Pelo 11º dia consecutivo, o Brasil registrou média móvel acima de mil mortos por covid-19. Os 563 novos óbitos nas últimas 24 horas fizeram com que o país atingisse, hoje, uma média de 1.065 vítimas nos últimos sete dias. Os dados foram levantados pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.

A última vez na qual houve uma sequência tão longa foi entre 3 de julho e 2 de agosto (31 dias). Neste período, foi computado o recorde de 1.097 óbitos em média, verificado em 25 de julho.

No total, 224.534 pessoas já morreram em decorrência da covid-19 no Brasil. Desde ontem, foram 27.597 testes positivos para a doença, elevando para 9.202.791 o total de infectados desde o começo da pandemia.

A média móvel deste domingo (31) é a maior desde 4 de agosto, quando essa estatística foi de 1.066. O dado confirma uma tendência de alta dessa estatística. No sábado (30) e na sexta-feira (31), as médias de 1.071 e 1.068 já tinham sido as maiores desde julho.

O país chegou hoje a 2.051.295 vacinados contra a doença, de acordo com dados fornecidos pelas secretarias de saúde de 25 estados e do Distrito Federal. Apenas 11 estados, porém, atualizaram os números de imunizados neste domingo (31).

Especialistas indicam cálculo de média móvel

Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.

O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: estável (4%)

  • Minas Gerais: estável (5%)

  • Rio de Janeiro: estável (-5%)

  • São Paulo: estável (-5%)

Região Norte

  • Acre: aceleração (55%)

  • Amazonas: aceleração (76%)

  • Amapá: aceleração (17%)

  • Pará: aceleração (42%)

  • Rondônia: aceleração (27%)

  • Roraima: aceleração (67%)

  • Tocantins: queda (-19%)

Região Nordeste

  • Alagoas: estável (5%)

  • Bahia: estável (12%)

  • Ceará: aceleração (138%)

  • Maranhão: estável (7%)

  • Paraíba: estável (-3%)

  • Pernambuco: estável (-14%)

  • Piauí: estável (0%)

  • Rio Grande do Norte: queda (-38%)

  • Sergipe: queda (-34%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: aceleração (32%)

  • Goiás: aceleração (43%)

  • Mato Grosso: aceleração (33%)

  • Mato Grosso do Sul: queda (-20%)

Região Sul

  • Paraná: aceleração (119%)

  • Rio Grande do Sul: queda (-24%)

  • Santa Catarina: estável (-11%)

Dados da Saúde

O Brasil registrou 559 novas mortes provocadas pela covid-19 em um intervalo de 24 horas, segundo o Ministério da Saúde. Em boletim divulgado neste domingo (31), a pasta informou que, com os óbitos contabilizados de ontem para hoje no país, o total de mortes já é de 224.504 desde o início da pandemia.

De ontem para hoje, houve 27.756 diagnósticos positivos para o novo coronavírus em todo o país. Desde o começo da pandemia, o total de infectados chegou a 9.204.731.

Segundo a pasta, 8.027.042 pessoas se recuperaram da doença, enquanto outras 953.185 estão em acompanhamento.

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.

No AM, mortes em janeiro já superam últimos 7 meses de 2020

O número de mortes por causa da covid-19 no Amazonas nos primeiros 30 dias de janeiro já supera o total de óbitos da doença contabilizados nos últimos sete meses de 2020.

Segundo registros de óbitos oficiais feitos pelos cartórios, entre junho e dezembro de 2020, o estado contabilizou 1.586 mortes por covid-19. Somente nos primeiros 30 dias deste ano, esse número já chegou a 1.592 óbitos.

Os números dos cartórios de 2021, porém, ainda são parciais porque os registros levam até 15 dias para serem incluídos no Portal da Transparência da Arpen Brasil (Associação de Registradores de Pessoas Naturais).

A explosão de casos e mortes pela doença pode ser explicado pela nova variante, a P.1, com origem no estado e que já responde por 91% das infecções registradas este ano, segundo estudo genômico de amostras de pacientes colhidas em janeiro.

Os cientistas ainda investigam, mas suspeitam que a nova variante além de maior transmissibilidade pode furar a imunidade de quem teve a doença por cepas diferentes.