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Pazuello orienta que novo lote inteiro de vacinas seja usado como 1ª dose

19.fev.2021 - O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em reunião com a Frente Nacional dos Prefeitos, realizada de forma virtual - Divulgação/MS
19.fev.2021 - O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em reunião com a Frente Nacional dos Prefeitos, realizada de forma virtual Imagem: Divulgação/MS

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

19/02/2021 11h00Atualizada em 19/02/2021 12h57

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, orientou prefeitos a usarem todo o novo lote de 4,7 milhões de vacinas contra o novo coronavírus para aplicação da primeira dose. A justificativa é de que há garantia de que novos lotes serão produzidos. Atualmente, as duas vacinas contra a covid-19 distribuídas no Brasil - CoronaVac e Oxford/Astrazeneca - necessitam de duas doses.

A informação foi divulgada pela FNP (Frente Nacional de Prefeitos), que se reuniu na manhã de hoje com o ministro, e confirmada pelo ministério. A entrega de novos lotes está atrasada e gerou, ontem, uma troca pública de farpas entre o Ministério e o Instituto Butantan, que produz a CoronaVac.

Pazuello disse aos prefeitos que vai alterar a estratégia de vacinação e que as novas doses devem ser aplicadas em 4,7 milhões de brasileiros, e não mais em metade deste número. A previsão do Ministério é de receber esse lote de vacinas entre a próxima terça-feira (23) e o começo de março. São 2 milhões de doses da vacina de Oxford e 2,7 milhões da CoronaVac.

Atualmente, não há uma regra para aplicação de doses - cada município priorizou os grupos de risco e a maneira de vacinar. Há localidades que optaram por vacinar mais pessoas com a primeira dose, outros lugares dividiram os lotes para que cada paciente tivesse as duas doses garantidas. Os grupos de risco também variam em cada município.

Além disso há dois tipos de vacinas utilizados para imunização: CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, e Oxford/AstraZeneca, distribuída pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). O correto é o paciente receber as duas doses do mesmo laboratório.

Aplicação da segunda dose

De acordo com nota do Ministério da Saúde, a segunda dose do Butantan será aplicada de 14 a 28 dias após a primeira, conforme orientação do fabricante. A pasta informou que receberá, em março, 21 milhões de vacinas do Butantan, o "que deve garantir a segunda rodada de imunização".

"Já o imunizante da AstraZeneca possui um tempo maior de aplicação da segunda dose, com prazo de até três meses. O laboratório deve disponibilizar no próximo mês mais 18 milhões de doses produzidas na Fiocruz e importadas", informou em nota.

Em nota divulgada sobre a reunião, o Ministério da Saúde não deixou claro se os municípios que aguardam novas vacinas para aplicação da segunda dose poderão utilizar o novo lote para isso, ou se serão obrigados a aplicarem tudo como primeira dose. Normalmente, o ministério faz orientações de uso, mas a decisão de como utilizar cabe a cada prefeitura.

Nesta semana ao menos cinco capitais registravam falta de vacinas.

Durante a reunião, os prefeitos pediram que o ministério invista em propagandas para divulgar a vacinação. A demanda será analisada pela pasta. O UOL mostrou, em dezembro, que o governo Jair Bolsonaro (sem partido) reduziu os gastos com publicidade para campanhas de vacinação.

Pedido de prioridade para professores

Ainda de acordo com FNP, o ministro prometeu que "todos os leitos necessários, habilitados e usados serão pagos. Ninguém vai ficar com leito sem poder usar e sem receber pelo uso".

Os prefeitos pedem que Pazuello priorize profissionais de ensino na estratégia de imunização. Segundo a FNP, o ministro garantiu que fará uma adaptação no PNI (Plano Nacional de Imunização) para incluí-los o mais rápido possível, provavelmente até março.

"Defendo que, depois que chegar em uma idade onde o perigo de contágio vai diminuindo, podemos fazer ajuste para incluir profissionais de educação de forma geral. Estamos há um ano nessa situação de falta de aula e é inegável: por mais que poder público possa fazer ajustes, um aluno de classe média ou alta tem mais facilidade de estudar que um aluno pobre. Não dá para aceitar essa situação", disse hoje Jonas Donizette (PSB), presidente da FNP, pouco antes da reunião.