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São Paulo: maiores de 60 anos podem receber vacinas que sobram nos postos

Arquivo - Aparecido disse que a prefeitura procura usar doses de frasco único para que não haja desperdício do imunizante - Aloisio Mauricio/FotoArena/Estadão Conteúdo
Arquivo - Aparecido disse que a prefeitura procura usar doses de frasco único para que não haja desperdício do imunizante Imagem: Aloisio Mauricio/FotoArena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

23/02/2021 08h14Atualizada em 23/02/2021 12h32

O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, disse hoje que idosos com mais de 60 anos podem procurar as unidades de saúde da capital e realizar um cadastro para que, caso haja sobra de doses de vacinas contra covid-19 no fim do dia, possam eventualmente ser imunizados.

Em entrevista à CNN, ele explicou que as pessoas desta faixa etária podem verificar no site da prefeitura qual a unidade mais próxima de sua residência para efetuar o cadastro.

"Idosos com mais de 60 anos podem procurar as nossas unidades de saúde. Nós estamos fazendo um cadastro, uma lista de espera, para que ao final do dia, caso haja aquelas doses que ficam remanescentes, nós chamamos os idosos para que eles possam ter a vacinação. Se tiver idosos acamados, nossas equipes vão até a residência da pessoa vaciná-la", explicou.

Aparecido ressaltou que a administração municipal tem procurado usar doses de frasco único para que não haja desperdício do imunizante.

Com a entrega de novas doses da CoronaVac, a vacinação de idosos de 80 a 84 anos está prevista para começar no dia 1º de março.

Em nota ao UOL, a secretaria municipal de Saúde informou que observa as regras do instrutivo para priorização das doses da vacina contra a covid-19 para a cidade.

"No caso do serviço de Saúde, quando houver frasco de vacina aberto no fim do expediente, para que não haja qualquer desperdício de dose, está autorizada a aplicação a idosos (acima de 60 anos) e profissional de saúde morador do território da unidade de saúde. A unidade deverá manter listas de espera com os usuários elegíveis em sua área de abrangência com telefones para convocação deste público", informou.

A pasta esclareceu ainda que, caso a unidade tenha dificuldade em destinar essas últimas doses, deve entrar em contato com a Supervisão Técnica de Saúde de sua região para apoio no direcionamento e utilização dos imunizantes.

"Nem sempre há doses excedentes nas unidades. Por isso, nem todas as unidades têm doses para liberar ao término do expediente. Não há desperdício de vacina nas unidades de Saúde da capital, tendo em vista a orientação de que toda dose viável deve ser utilizada. Sobre a garantia da segunda dose, da mesma maneira que recebeu a primeira, independente de ser na dose remanescente, o selecionado terá o mesmo direito de receber a segunda - não há essa distinção na anotação do comprovante entregue à pessoa", diz a nota.

Ocupação de leitos de UTI

Durante a entrevista, o secretário destacou ainda que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na cidade é atualmente de 70% — de sábado até ontem, houve um aumento de 5%. "É a maior taxa de ocupação nos últimos três meses." Segundo ele, são 1.218 de pessoas internadas em leitos de enfermaria e de UTI.

Aparecido explicou que o comitê de contingência do estado se reúne ainda hoje para analisar medidas que serão implementadas. Com recorde de internados em UTIs, o governo paulista anunciará novas restrições amanhã.

O secretário ressaltou que 21% dos internados na capital paulista não são residentes da cidade.

"Portanto, já há uma pressão muito grande de outros municípios da região metropolitana e do restante do estado, onde houve um aumento muito acelerado de casos, ocupando leitos na capital. Precisamos tomar medidas conjuntas com todo o estado, com a região metropolitana (...) Tomar medidas isoladas neste momento não vai ter eficácia no controle da disseminação da doença", argumentou.