Com recorde de internados em UTIs, SP anunciará novas restrições na 4ª
O Centro de Contingência em São Paulo antecipou hoje que o governo paulista anunciará novas restrições recomendadas pelo próprio comitê para tentar conter a disseminação do novo coronavírus no estado. João Gabbardo, coordenador-executivo do grupo, lembrou que São Paulo atingiu um novo recorde de pessoas internadas em UTIs com covid-19, e que por esse motivo foram feitas "recomendações extraordinárias" à gestão do governador João Doria (PSDB).
"O Centro de Contingência apresentou recomendações extraordinárias. O governo está fazendo a análise, preparando atos do ponto de vista jurídico e essas medidas serão anunciadas na quarta-feira (24) para entrar em vigor na sexta-feira (26)", afirmou Gabbardo durante entrevista coletiva sobre a pandemia, após citar o recorde histórico de 6.410 pessoas internadas em UTIs no estado, registrado hoje.
"São recomendações que vão tratar da redução de mobilidade, que é o que a gente pode fazer para reduzir a transmissibilidade. Independente da variante, a forma de reduzir é a mesma", completou o coordenador-executivo do Centro de Contingência, em referência às variantes de Manaus e do Reino Unido, que estão em circulação no estado.
Na região de Araraquara, por exemplo, a circulação da variante de Manaus já provocou um colapso no sistema de saúde na semana passada e quatro cidades estão vivendo um lockdown rígido, no qual nem supermercados podem funcionar.
Gabbardo explicou que as novas restrições serão adicionais às que já são previstas pelo Plano São Paulo, que divide o estado em 17 regiões e coordena a adoção de medidas restritivas e também a flexibilização delas. Uma última atualização do plano foi feita na sexta-feira (19) e entrou em vigor hoje. Entre as medidas, está o prolongamento do horário para o consumo de bebidas alcoólicas em regiões que estão na fase amarela.
Antes do recorde de pessoas internadas com covid-19 em UTIs registrado hoje, o maior número havia sido em julho do ano passado, quando 6.257 pacientes estavam nessa condição. O gráfico do governo de São Paulo sobre os internados mostra que houve grande aumento a partir do fim do ano passado.
Pacientes em situação mais grave
Segundo Gabbardo, o número de pacientes internados em UTIs pode significar que as novas contaminações estão gerando consequências mais graves nos pacientes, que acabam permanecendo por mais tempo sob os cuidados intensivos.
Isso pode significar que, mesmo que não tenha ocorrido um aumento de casos, a permanência na UTI tem sido maior. Isso pode significar que pacientes estão internando em condição mais grave, que exige utilização por tempo maior dos equipamentos de UTI.
João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência de São Paulo
No momento, a preocupação maior das autoridades de saúde continua sendo com a piora da pandemia no interior do estado.
"O interior nos preocupa muito, com índices muito altos. A gente tem tratado da ocupação de leitos de UTI. Chama a atenção que o número de pacientes internados tem se mantido bem mais alto que no início da pandemia", acrescentou Gabbardo.
Já o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, lembrou que as novas internações tiveram um aumento significativo na última semana com relação à anterior, de 5,5%.
"A gente sempre reforça que esse número mostra a circulação do vírus na região, impactando no número de doentes", disse o secretário.
De acordo com os dados mais atualizados da Secretaria da Saúde de São Paulo, o estado já acumula 57.842 mortes pela covid-19 e um total de 1.978.477 pessoas contaminadas. Além dos 6.410 internados em UTIs, São Paulo tem mais 7.196 pessoas internadas em leitos de enfermaria com a doença, totalizando mais de 13,6 mil pacientes em recuperação.
Lockdowns na região de Araraquara
Uma das 17 regiões do estado determinadas pelo Plano São Paulo convive hoje com lockdowns em quatro cidades para tentar frear a disseminação, principalmente, da variante de Manaus do coronavírus e assim evitar um colapso maior do sistema de saúde.
Com a nova cepa em circulação na região, Araraquara foi a primeira a decretar um lockdown mais rígido. A decisão veio após a cidade confirmar cinco mortes pela covid-19 na última sexta-feira (19). As cidades de Santa Lúcia e Américo Brasiliense, que estão dentro da região de Araraquara, também adotaram as mesmas medidas.
O lockdown em que nem supermercados são autorizados a funcionar começou ao meio-dia de ontem (21) e vai durar por 60 horas, até o fim da noite de amanhã (23). Nas três cidades fecham durante o período bancos, indústrias, postos de combustíveis e todo comércio, além dos serviços públicos não essenciais. Carros e ônibus do transporte também não poderão circular.
O anúncio do lockdown provocou filas em supermercados anteontem em (20) em Araraquara. Apenas farmácias e estabelecimentos de saúde estão autorizados a funcionar nas três cidades da região. Em Araraquara, quem descumprir as medidas restritivas será multado em até R$ 6.000.
A quarta cidade a entrar em lockdown na região foi Boa Esperança do Sul, vizinha de Araraquara. As restrições começaram no município à 0h de hoje e vão durar por 72 horas. Assim como nas outras três cidades, nem supermercados podem funcionar.
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